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Capital

Preso é morto em suposto acerto de contas por dívida de drogas

Paulo Yafusso | 18/04/2016 17:47
Preso é encontrado morto no Presídio de Segurança Máxima da Capital, mas corpo não apresenta sinais de violência (Foto: Arquivo)
Preso é encontrado morto no Presídio de Segurança Máxima da Capital, mas corpo não apresenta sinais de violência (Foto: Arquivo)

Acerto de contas por causa de dívida de droga é uma das hipóteses investigadas para a morte do detento do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande “Jair Ferreira de Carvalho”. O corpo de Luiz Otávio de Souza, de 25 anos, foi encontrado por volta das 13h40 desta segunda-feira (18), no saguão superior da ala B do Pavilhão 2, logo após o término do banho de sol.

De acordo com informações da assessoria da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), ele foi encontrado sentado sobre um colchão. A perícia fez o levantamento do local, que fica numa área de pouca visibilidade. O corpo só foi encontrado depois que os cerca de 400 detentos que estavam na área do banho de sol foram recolhidos para as celas.

A investigação está sendo conduzida pela 3ª Delegacia de Polícia. O titular da unidade, delegado Fabiano Nagata, disse que não foi verificado vestígio de ferimento no corpo do detento e em princípio não há nenhuma ligação do caso com o tumulto ocorrido na semana passada, durante treinamento dos agentes penitenciários em que eles faziam a incursão em unidade prisional.

Houve reação dos presos e um deles teria ordenado que fossem feitos ataques a ônibus, em retaliação a ação dos agentes penitenciários. Dois ônibus foram queimados e um apedrejado. Na mesma madrugada, a Polícia Militar prendeu 10 acusados de terem participado dos ataques. Entre eles uma mulher e cinco adolescentes. Também foi identificado o detento mentor da ação e um outro homem, que é procurado da Justiça.

Embora o delegado Nagata descarte a ligação da morte de Luiz Otávio com os ataques, a informação é de que isso está sendo apurado. Há suspeita de que o preso tenha sido morto com o que é chamado nos presídios como “gatorade”, uma mistura de cachaça artesanal produzido pelos próprios detentos com medicamentos para tratamento do coração.

O produto provoca uma reação e a vítima morre por problemas cardíacos. E para simular que a morte teria sido por overdose, os executores colocam entorpecente em pó nas narinas do morto.

Luiz Otávio de Souza cumpria pena por roubo, mas tem passagens pela polícia por tráfico de drogas, roubo e porte ilegal de armas. Ele seria usuário de drogas e por isso será investigado se a morte tenha sido resultado de acerto de contas por causa de dívida com os fornecedores de entorpecente.

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