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Capital

Problemas com prédio abandonado de antigo laboratório na Calógeras continuam

Alguns comerciantes que têm lojas no entorno já falam até em entregar seus estabelecimentos e mudarem de local

Lucia Morel e Ana Beatriz Ridrigues | 03/11/2022 18:20
Usuários de drogas frequentam o entorno do prédio, que está abandonado. (Foto: Paulo Francis)
Usuários de drogas frequentam o entorno do prédio, que está abandonado. (Foto: Paulo Francis)

A insatisfação da vizinhança e os problemas com o prédio do antigo laboratório municipal, na Avenida Calógeras, quase esquina com a Afonso Pena continuam e o Poder Público ainda não deu destino oficial ao local que, apesar de fechado, continua causando aglomeração de usuários de drogas.

Alguns comerciantes que têm lojas no entorno já falam até em entregar seus estabelecimentos e mudarem de local, como o joalheiro Jaime Jaimes, de 60 anos. “Eu não quero mais ter comércio na Calógeras. É muito difícil ter cliente aqui”, afirma, ao que emenda que “vou entregar o prédio pro dono e vou ver onde arrumo outro”.

O lojista teme porque a frequência de moradores de rua que circulam por lá é alta e a possibilidade de furtos é grande. “É muito usuário passando toda hora, é venda de droga à luz do dia, e quando eles entram de monte dentro da loja não tem o que fazer”, lamenta.

O joalheiro Jaime Jaimes, de 60 anos pretende entregar o ponto de seu comércio. (Foto: Paulo Francis)
O joalheiro Jaime Jaimes, de 60 anos pretende entregar o ponto de seu comércio. (Foto: Paulo Francis)

Proprietária de uma casa de linhas nas proximidades, Maria de Lourdes, 60 anos, diz que depois que o prédio teve a frente fechada pela prefeitura, as coisas melhoraram um pouco. “Mudar não mudou muita coisa, mas deu uma diminuída. Acho que levaram tudo que tinha pra levar”, comenta, citando que os usuários fizeram uma limpa no local, conforme mostrou aqui o Campo Grande News.

Para ela, entretanto, “o que causa uma insegurança no comércio é a presença deles (usuários) aqui. Eu posso te garantir que tem uns que são lúcidos ainda, mas tem outros que são muito arredios e isso me deixa preocupada”, aponta.

Sobre a presença da polícia ou da Guarda Municipal ela revela que nunca viu patrulhamento por lá e que “quando a gente liga precisando de ajuda, pode esquecer, porque demora uma vida pra virem e quando vem, é sempre a mesma coisa: 'não tem o que fazer', 'já devem ter vendido'. É isso é o que sempre escutamos deles”.

Na Casa do Artesão, onde sempre havia furtos, um vigia passou a fazer a segurança à noite. O espaço está em reforma. A auxiliar de restauração de lá, Micena Rodrigues, de 20 anos, comenta que “eles (usuários) são muito folgados, passam a tarde toda aí”, diz.

Entretanto, “pararam de entrar aqui na Casa do Artesão depois que colocaram um vigia aqui à noite. Porque antes era prejuízo atrás de prejuízo. Agora eles têm um pouco de noção. Sem falar que os andaimes não estão mais aqui, o que dificulta a entrada deles”, sinaliza.

Prédio do antigo laboratório municipal na Avenida Calógeras. (Foto: Paulo Francis)
Prédio do antigo laboratório municipal na Avenida Calógeras. (Foto: Paulo Francis)

Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que “o município já acionou o Governo do Estado para fazer a devolução do prédio, e aguarda o retorno do órgão para que a entrega seja finalizada”. O Estado, por sua vez, informou que a pessoa responsável por passar informações acerca da transação estava em reunião. A situação é acompanhada pela SAD (Secretaria de Estado de Administração).

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