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Capital

Antigo laboratório vira abrigo de ladrões e revolta lojistas "é roubo todo dia"

Comerciantes da Av. Calógeras já registraram furtos de R$ 5.000, R$ 8.000 e até R$ 25 mil

Karine Alencar e Ana Beatriz Rodrigues | 28/09/2022 18:32
Dependentes químicos em frente ao prédio de antigo laboratório (Foto: Paulo Francis)
Dependentes químicos em frente ao prédio de antigo laboratório (Foto: Paulo Francis)

Prédio 'caindo aos pedaços', onde funcionava o Labcen (Laboratório Central Municipal) de Campo Grande, na Avenida Calógeras, no centro da cidade, acabou virando "abrigo para ladrões", segundo comerciantes do local.

Ao Campo Grande News, a prefeitura informou que o imóvel foi lacrado e está desativado, mas denúncias registradas à reportagem por leitores, é de que mesmo fechado, dependentes químicos conseguiram invadir o lugar durante a noite, se abrigam e acessam lojas ao entorno.

A Casa do Artesão, ao lado do prédio, se tornou um dos alvos principais dos criminosos. Segundo o Engenheiro Enrico Breda Gambare, de 24 anos, responsável pelos reparos do estabelecimento após o último ataque do dia (27), os criminosos entraram no local e roubaram aproximadamente 1.000 metros de fios de cobre.

Além disso, as telhas metálicas foram quebradas e o teto de gesso, por onde tiveram acesso, também foi danificado. O prejuízo contabilizado foi, em média, R$ 10 mil. "Essa é a oitava vez que arrombam aqui. Porém, foi a vez que tivemos mais prejuízos", revela o profissional.

Pedaços de gesso e concreto caídos ao chão, após ladrões invadir comércio (Foto: Paulo Francis)
Pedaços de gesso e concreto caídos ao chão, após ladrões invadir comércio (Foto: Paulo Francis)

Na terça-feira (27), um conjunto de kitnets também foi roubado durante a noite, e o prejuízo chegou a R$ 25 mil, por furto de fios de energia. Comerciantes da região da Avenida Calógeras, em frente à Casa do Artesão, relataram que o espaço estava sendo reformado e prestes a receber a ligação de energia.

"Roubaram toda fiação, mas a gente chegou aqui e já tinham levado né. A vizinha estava com tudo pronto para alugar lá, levaram até o poste. Eles mexeram com fogo, deixaram gás vazando, usaram banheiro", conta Maria de Lurdes dos Santos, de 60 anos, dona da casa de linhas que fica entre o laboratório e a kitnet que foi invadida.

Teto quebrado em loja invadida na Avenida Calógeras (Foto: Paulo Francis)
Teto quebrado em loja invadida na Avenida Calógeras (Foto: Paulo Francis)

Outro comerciante que já contabilizou danos, foi Thiago Ruiz, de 27 anos. Ele relata que antes, quando o laboratório ainda funcionava, os dependentes químicos ficavam em frente o lugar pedindo dinheiro, mas depois que o local foi desabilitado, as lojas começaram a ser roubadas com frequência.

"Aqui já foi furtado duas vezes, uma vez entraram pelo teto e outra vez pela porta, uma vez roubaram cerca de R$ 5 mil, e na outra, R$ 8 mil. Perdi muita coisa, porque eu tinha acabado de abrir aqui. Furto aqui tem direto, ali do lado levaram mais de R$ 15 mil de fiação e é difícil recuperar né", lamenta.

Questionada, a prefeitura disse que a devolução do prédio ao Governo do Estado já está em processo final, necessário apenas o remanejamento de alguns mobiliários que estão no local. "Não há nenhum material de uso ainda lá. A questão da segurança cabe aos órgãos competentes de segurança pública responderem", afirmou.

Ao Campo Grande News, a Sad-MS (Secretaria de Administração e Desburocratização de Mato Grosso do Sul), assegurou que o lugar foi lacrado pelo Estado e que aguarda a restituição que deve ser feita pela prefeitura.

"Tendo em vista que o município de Campo Grande não tomou as providências solicitadas pela Secretaria de Administração e Desburocratização (SAD/MS), quanto à devolução do imóvel, o acesso ao prédio foi lacrado pelo Estado", disse parte do texto.

"Em relação à saída do Laboratório Central, informamos que se deu há mais de 4 anos e que, desde então, aguardamos a devolução com as benfeitorias acordadas. Importante constar que, diante da cobrança feita pela SAD quanto às péssimas condições do local, a prefeitura informou ter realizado a limpeza do prédio, o que não corresponde com as condições precárias e de depredação vistoriadas pela secretaria. Quanto ao local, deve ser revitalizado e usado pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul", completou a nota.

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