Procurado por estuprar filha deixou mulher e vive com enteada
Vizinhos relatam rotina chocante de brigas, maus tratos e abandono; menina de 7 anos contou a vizinha os estupros sofridos
Brigas, agressões, maus tratos e violência sexual faziam parte da chocante rotina de família que vivia na casa de um cômodo no Jardim Tijuca, em Campo Grande. O serralheiro, de 33 anos, está sendo procurado por estuprar a filha de 7 anos, com ajuda da mãe da criança.
Há pelo menos seis meses ele vivia na casa com a companheira, uma ex-enteada, autista, que trouxe de Corumbá. A ex-mulher, de 42 anos, tem oito filhos, sendo quatro com ele, com idades de 13, 12, 7 e 4 anos: três meninos e uma menina.
O nome dele foi divulgado pela Polícia Civil para auxiliar na busca, porque ele é foragido da Justiça desde julho de 2019, quando foi sentenciado a um ano de prisão por violência doméstica, justamente por agredir a ex-mulher em 2012. Por dever, contudo, a imprensa não pode tornar o nome público porque a vítima tem o direito de ter a identidade preservada.
As crianças foram resgatadas ontem, após denúncia de vizinho que recebeu vídeo do serralheiro, em que mostra a menina nua com os pais. A situação encontrada pela polícia foi degradante. O casal não estava no local e está sendo procurado.
A reportagem conversou com vizinhos na vila de casas no bairro. Há cerca de seis meses, o homem mudou-se com a nova companheira e, semanas depois, as quatro crianças foram levadas para lá. Embora tenha se separado dele, a ex-mulher frequentava a casa e os vizinhos acreditam que os três mantinham relacionamento. Quando passavam pelo corredor, viam, pela porta aberta, o homem e as duas mulheres – mãe e filha – deitadas com ele, na cama.
Os vizinhos relatam que as brigas e os gritos eram constantes e a PM (Polícia Militar) já foi acionada várias vezes. Uma das janelas da casa está quebrada por conta de um desses episódios de violência. O serralheiro seria usuário de drogas e obrigava a atual companheira a manter relações sexuais com traficantes para pagar a conta.
Ontem, pouco antes da chegada da Polícia Civil e do Conselho Tutelar, a atual companheira tentou levar as crianças. Segundo a vizinha, ela estava muito nervosa e disse que iria à Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), mas a testemunha não acreditou e impediu a saída dos quatro da casa.
A casa tem um cômodo e uma separação para o banheiro. O cheiro é fétido, com comida e roupas amontoadas em caixas. No canto, colchão jogado no chão, ao lado do sofá. Tudo foi doado por vizinhos, que se consternaram com a situação do casal quando chegou. “Eles dormiam no chão puro, não tinham nada”, disse.
Uma dessas vizinhas disse ao Campo Grande News que ficou chocada ao conversar coma menina de 7 anos e perceber que ela era obrigada a participar de ménage com os pais. A criança contava com naturalidade que eles “faziam besteirinha” com ela e descrevia o ato, em que era estuprada pelo pai e pela mãe.
A reportagem teve acesso ao vídeo em que a criança aparece nua, com a mãe (está de saia vermelha). Nas imagens, a mulher tampa a janela com toalha, abre as nádegas da menina e ri. Inicialmente, o homem está fora do enquadramento, mas aparece depois, nu, e pega a filha no colo.
A reportagem também teve acesso a áudios de conversas entre o pai e a ex-mulher, em que ele pede a descrição dos órgãos genitais da criança enquanto se masturbava. Em momento, a mulher o alerta. “Perigoso gravar isso aí, não tá gravando, né?”. Ele responde: “Tá louca, não”.
Na sequência, ele pede que a ex-mulher mande os filhos sair de casa para que os três – o casal e menina – possam ficar sozinhos.
As crianças foram ouvidas ontem na delegacia. A menina de 7 anos relatou que foi violentada mais de uma vez, a última, em dezembro de 2019. Os pais serão indiciados estupro, ameaça e abandono intelectual.