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Capital

Produção de água conta com ajuda de plantio de árvores a inteligência artificial

Tecnologias são aliadas para garantir qualidade do serviço e melhor índice de redução de perdas do país

Por Gabriela Couto | 15/11/2023 13:40
Gerente de operações da Águas Guariroba mostrando imagem ao vivo da bacia do Guariroba (Foto: Julianoa Almeida)
Gerente de operações da Águas Guariroba mostrando imagem ao vivo da bacia do Guariroba (Foto: Julianoa Almeida)

Até chegar a torneira de casa de todo campo-grandense, a água passa por uma série de processos que são monitorados pelo Centro de Controle de Operações da Águas Guariroba, localizado na Rua Antônio Maria Coelho, em Campo Grande.

Por trás dos computadores, todo abre e fecha de torneiras de cada cidadão reflete em números que vão para o painel de telas cuidadosamente vigiadas pela equipe do gerente de operações Ítalo Edson de Souza, 34 anos.

Mulher segurando copo de água na mão mostrando a transparência do produto (Foto: Paulo Francis)
Mulher segurando copo de água na mão mostrando a transparência do produto (Foto: Paulo Francis)

“Até chegar aos clientes, tudo acontece nessa sala”, explica. Por meio de tecnologias e inteligência artificial, mais de 30 mil dados por segundo são gerados para ofertar a água conforme a demanda e o planejamento.

O nome é feio, mas o “Takadu” é a principal ferramenta responsável pela manutenção do serviço da concessionária. O software israelense é capaz de antecipar problemas e evitar que haja falha no sistema de abastecimento da Capital.

Paineis do Centro de Operação da concessionária mostram setores de abastecimento com ferramentas tecnológicas (Foto: Juliano Almeida)
Paineis do Centro de Operação da concessionária mostram setores de abastecimento com ferramentas tecnológicas (Foto: Juliano Almeida)

Graças a todos esses equipamentos, a cidade consegue manter os melhores indicadores do país na redução de perdas de água. Afinal de contas, não teria sentido fazer todo o tratamento do produto para ele se perder no caminho.

Por isso, uma malha de sensores está distribuída nas tubulações da cidade. Por meio deles, é possível identificar vazamentos e solucionar os problemas em menos de 48h. “Somos um caso de sucesso. E o mais difícil é conseguir manter esses números. Mas estamos conseguindo”, acrescentou ítalo.

Um dos sensores utilizados pela Águas Guariroba para avaliar fluxo da água e detectar anomalias (Foto: Juliano Almeida)
Um dos sensores utilizados pela Águas Guariroba para avaliar fluxo da água e detectar anomalias (Foto: Juliano Almeida)

Campo Grande tem índices menores que os padrões de excelência estabelecidos como meta para 2034 de 25%. A cidade lidera o ranking nacional com 19,74%. A presidente executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, destaca relevância dos dados.

“Um índice muito bom para média brasileira que é de 40,3%. Ou seja, é basicamente a metade da média do Brasil. Mostra que a concessionária tem aplicado ações efetivas para a redução de perdas. Evitar vazamentos é muito importante para ter um menor impacto nos mananciais, porque quanto menos água eu perco, menos eu tenho que tratar”, justificou.

Reprodução do relatório de Sanemanto de 2023 mostrando manutenção dos índices de perdas do país (Foto: Reprodução)
Reprodução do relatório de Sanemanto de 2023 mostrando manutenção dos índices de perdas do país (Foto: Reprodução)

Manancial Vivo - Desde 2010, uma iniciativa da concessionária com a Prefeitura de Campo Grande tem refletido diretamente no fornecimento de água da Capital. Com o programa Manancial Vivo mais de 600 mil mudas de árvores nativas foram doadas para plantio ao entorno da bacia do Guariroba, responsável por mais de 50% do abastecimento de água da cidade.

Por conta disso, a capacidade de abastecimento aumentou em 20%. “Produtores rurais estão tendo a sensibilidade de fazer a proteção das áreas de mananciais, dando condições para ter água em quantidade e qualidade”, explicou o gerente de meio ambiente da Águas Guariroba, Fernando Garaio.

Momento de plantio de árovres em uma das áreas de preservação para garantir manancial de abastecimento de água da Capital (Foto: Águas Guariroba)
Momento de plantio de árovres em uma das áreas de preservação para garantir manancial de abastecimento de água da Capital (Foto: Águas Guariroba)

A Avaliação de Impacto Econômico e Socioambiental da bacia mostra que os resultados ambientais causados pelo aumento na quantidade de água representarão um aumento do fluxo de base, em 2027, de 0,26 m³/s.

As ações do projeto para melhorar a qualidade da água resultarão na redução de 7.813 toneladas de carga de sedimentos na bacia até 2027. Além disso, a erosão nas propriedades será reduzida em 173.013 toneladas, contribuindo para a sustentabilidade da produção agrícola na bacia.

O Programa Manancial Vivo visa a implementação de práticas conservacionista de água e solo, restauração e conservação de florestas e o PSA (Pagamento de Serviços Ambientais) aos produtores inscritos no programa, sendo estimado o valor total de R$ 10 milhões até 2025.

Entre os anos de 2010 e 2018, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) publicou cinco editais, atendendo 100% da Bacia do Guariroba, dando a oportunidade de adesão voluntária a todos os proprietários existentes na APA (Área de Proteção Ambiental). Houve adesão de 39 proprietários. Atualmente, o programa está com 24 contratos de PSA em vigência

Um deles é o proprietário da Fazenda Torres, Luciano Torres, que já fez o plantio de 2 mil mudas. “A gente se sente parceiro da cidade ao assegurar a proteção do manancial”, explica.

Produtores usam a área para a pecuária, mas participam ativamente do projeto de recuperação das áreas. De acordo com o engenheiro agrícola Ireno Golin, que trabalha na Fazenda Cochilha dos Pampas, o sentimento é de responsabilidade com a produção de água.

Imagem aérea da FAzenda Cochilha dos Pampas mostra corredor verde para preservar nascente do Guariroba (Foto: Divulgação)
Imagem aérea da FAzenda Cochilha dos Pampas mostra corredor verde para preservar nascente do Guariroba (Foto: Divulgação)

“Tanto é verdade que a água lá sai branquinha, sem erosões e contaminações. O plantio de mudas nativas são para enriquecer e antecipar a regeneração natural, haja vista que antes as pastagens iam até próximas aos córregos e com o programa Manancial Vivo a área passou de 30 para 50 metros das áreas úmidas.”

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