Promotor confirma divergências, mas fica no Gaeco até o fim da Coffee Break
Durante coletiva na tarde desta segunda-feira (28), o procurador-geral adjunto do MPE (Ministério Público Estadual), Paulo Cezar dos Passos, afirmou que o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira vai continuar no comando do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) até a conclusão do relatório da operação Coffee Break, deflagrada em agosto e que investiga a compra de votos de vereadores para cassação do prefeito Alcides Bernal (PP), em março de 2014.
A possível saída do promotor da coordenação do grupo gerou comoção nas redes sociais e originou um protesto em frente ao MPE na manhã deste domingo, através de um abraço simbólico e carreata pela Avenida Afonso Pena.
Apesar de a saída de Marcos Alex da liderança do Gaeco ter sido solicitada por ele próprio em 2014, por questões pessoais, como ressaltou o procurador Paulo Passos na coletiva, rumores davam conta de que o promotor seria afastado devido a inconsistência do relatório da operação Coffe Break, o que teria gerado um conflito entre ele e o procurador-geral de Justiça, Humberto Brites. De férias, Marcos Alex não participou da coletiva, mas confirmou divergências através de nota.
Em nota lida por Passos, o MPE refuta as informações de que o trabalho de Marco Alex teria deixado a desejar e destaca que durante os três anos e quatro meses que o promotor atua à frente do Gaeco, “cumpriu relevantes serviços para o Ministério Público, o que é reconhecido pela sociedade”.
A nota, assinada pelo próprio Paulo Passos, destaca também que desde 2010, ainda na gestão do procurador-geral de Justiça Paulo Alberto de Oliveira, o MPE vem procurando imprimir uma nova faceta ao Gaeco, priorizando a atuação no combate aos crimes que lesam os cofres públicos.
Durante a leitura do texto, Passos destacou que “mudanças em postos de comando são comuns em todos as instituições”, porém Marcos Alex deixará o comando do Gaeco apenas depois da conclusão dos trabalhos da Cofee Break, com a adoção das medidas judiciais e responsabilização dos envolvidos.
Passos também revelou que o procurador-geral Humberto Brites convidou os promotores de Justiça Thalys Franklyn de Souza e Tiago Di Giulio Freire para integrarem a força-tarefa que apura os atos de corrupção na esfera criminal e de improbidade administrativa.
Ele destacou ainda que o relatório é apenas uma etapa do processo e que se forem necessárias, novas diligências devem ser feitas em janeiro. Sobre a divulgação do documento, Passos explicou que na época da divulgação não havia sigilo, por isso não considera que houve irregularidade.
Já em sua nota, o promotor Marcos Alex reconhece que houve problemas de comunicação em relação à operação, gerando divergências com a chefia do MPE. No entanto, ressalta que os problemas já foram resolvidos.
Passos afirmou que os trabalhos da Coffee Break devem ser concluídos em até 60 dias e que para evitar novas divergências, todas as informações sobre a operação serão repassadas apenas pela assessoria do MPE.