Protesto de agentes atrapalha entrega de itens de higiene em presídio feminino
Categoria reivindica equiparação salarial, aumento do efetivo e melhores condições de trabalho
Cerca de 20 pessoas ficaram sem entregar os itens de higiene pessoal de internas na Penitenciária Estadual Feminina de Regime Fechado Irmã Irma Zorzi, na tarde desta quarta-feira (4). Conforme relatos, a situação aconteceu devido ao protesto de policiais penais que reduziu o efetivo empenhado nos estabelecimentos.
A atendente, que pediu para não ser identificada por medo de repressão, de 34 anos, contou que a entrega dos itens às internas ocorre das 13h às 15h em dias normais. Apesar de ter chegado uma hora e meia antes do prazo acabar, não conseguiu entregar os itens.
Ela relata que precisará voltar na próxima semana. "Minha irmã não sabe se está tendo greve ou não, ela só vai achar que eu não entreguei. Eu cheguei dentro do horário, mas não consegui entregar. Tinha muita gente revoltada porque veio de outra cidade e também não conseguiu", afirmou a atendente.
Outra familiar que não conseguiu fazer a entrega, também pediu para não se identificar, de 37 anos, ficou frustrada com a situação. "Eu não recrimino os agentes da penitenciária. Eles são trabalhadores iguais à gente, mas gostaríamos de entregar o auxílio mínimo para os nossos familiares", contou. Ainda segundo a mulher, a irmã está com o braço quebrado e entregaria itens de higiene.
O atendimento na Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira ll também foi afetado na manhã desta quarta-feira. Antes mesmo das 7h, parte do grupo que estava em frente ao presídio reclamava que não conseguiria ter acesso ao local devido à demora na distribuição de senhas, visto que o efetivo empenhado estava reduzido.
A categoria reivindica a equiparação salarial com outras forças policiais, aumento do efetivo e melhores condições de trabalho. O presidente do Sinsap/MS (Sindicato dos Agentes Penitenciários de Mato Grosso do Sul), André Luiz Santiago, informou que caso os pedidos não sejam atendidos, a manifestação permanecerá até dia 9, prazo final para que o governo apresente nova proposta. Em seguida, classe vai até a Assembleia Legislativa para pedir ajuda aos deputados.
Ele conta que são 1.800 servidores para 20 mil presos. "O CNPCP (Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária) estabelece que sejam cinco presos para cada servidor. Esses 1.800 são divididos por quatro em um estado que nós temos uma escala de 24/72, ou seja, são 4 para 1.800 por dia", explicou André durante a manifestação realizada hoje pela manhã.
O Campo Grande News procurou a Agepen, mas ainda não teve retorno até a publicação do material. O espaço segue aberto.
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