Protesto já fala em impeachment e sai contra PL de "mordaça estatal"
Na Praça do Rádio, bandeiras e faixas chamam atenção nos cruzamentos
Com bandeiras do Brasil, faixas e camisetas verdade e amarelo, manifestantes fazem adesivagem nos cruzamentos da Avenida Afonso Pena, entre a Praça do Rádio e a Rua José Antônio, nesta segunda-feira (1º), feriado de Dia do Trabalhador.
Eles pedem o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e são contra o Projeto de Lei 2.630 de 2020, que tramita no Congresso Nacional, prevendo a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. Organizado pelas redes sociais, o movimento é apartidário e não tem hora para acabar, conforme os participantes.
O projeto de lei do deputado Orlando Silva (PCdoB) institui a censura e cria uma “mordaça estatal”, na avaliação dos manifestantes. No cruzamento da Afonso Pena com a Rua Pedro Celestino, o banner expõe detalhes do projeto. O alerta é para a criação de uma Entidade Autônoma de Supervisão, ligada ao Poder Executivo, para averiguar discursos na internet.
O projeto foi apelidado pelo parlamentar de "Lei das Fake News" e cria normas relativas à transparência de redes sociais e de serviços de mensagens privadas. O objetivo de evitar notícias falsas é um engodo na opinião de quem defende a derrubada do projeto.
Com um espetinho de abóbora e outro representando ovos, a aposentada Solange Jacques, de 59 anos, chegou às 7h40 para a adesivagem e só vai embora quando terminar o ato.
Os espetinhos são uma alusão a uma fala do presidente Lula que virou meme, já que o presidente falava em campanha que a população teria picanha na mesa, mas, já eleito, em entrevista, destacou a importância da abóbora para combater a fome.
Essa abóbora representa a picanha que o Lula disse que o pobre não tinha na mesa e depois ele falou que o povo tinha abóbora e ovo para comer. Primeiro, tem que ser apurado o ato do dia 8 de janeiro, em que pessoas que deveriam estar defendendo o patrimônio, estavam lá dentro conversando com grupos”, destacou Solange.
Ela se refere à invasão ao Palácio do Planalto, em que manifestantes foram presos e o patrimônio depredado. “Acho que 99% daquelas pessoas que estavam lá foi fraude e foram presas pessoas que são ficha limpa, saíram de lá com tornozeleira porque eles querem monitorar os patriotas”, comenta.
Com os dois filhos, o barbeiro Ronaldo de Assis, de 62 anos, chegou às 8h e pretende ficar até as 13h para apoiar a luta por um impeachment.
Queremos o impeachment pelo passado do Lula, pelo presente e futuro do Brasil, e pela população que ele está prejudicando. É uma questão moral e ética. É um governo que quer que as pessoas dependam do governo. Daqui para frente, acredito que a tendência é crescer esse movimento pelo impeachment”, disse Ronaldo, segurando faixa no cruzamento.
De bicicleta, o instrumentador cirúrgico Frank Valdez, de 45 anos, chegou às 9h40 para dar apoio à adesivagem.
“Acho importante essa ação porque precisamos exercitar a liberdade de expressão. Quando a liberdade for cerceada, será ruim para todo mundo. A eleição foi um processo questionável, é preciso uma investigação mais aprofundada”, disse Frank.
O conferente Oslei Campos, de 41 anos, levou uma bandeira do Brasil nos ombros para apoiar o movimento. “É um direito nos manifestarmos e querem tirar isso da gente. Estão chamando esse projeto de ‘PL das Fake News’, mas é ‘PL da Censura’. Ninguém vai poder falar nada, vai ficar ruim para todo mundo, por isso estamos aqui”, comentou.
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