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Capital

Quatro anos após morte da filha, avó de Yago reabre trailer graças às doações

Lanchonete manteve nome e cardápio criados pela filha ainda em 2017

Aletheya Alves | 10/02/2021 06:13
Adriana e sua outra filha, Adrielly, retomaram o serviço com trailer. (Foto: Silas Lima)
Adriana e sua outra filha, Adrielly, retomaram o serviço com trailer. (Foto: Silas Lima)

Sorrindo tanto que os olhos quase não conseguiam expressar a alegria, Adriana de Souza Avalos, de 48 anos, se preparava para reabrir o trailer da família após quatro anos da morte de sua filha, Renata Souza Sodré. Adriana é avó de Yago Souza Sodré de Noronha, gerado após a mãe ser diagnosticada com morte cerebral.

“Não sei nem como falar”. Resumindo como é sentir que a vida está sendo retomada pelas mãos, Adriana explicou que a Lanchonete Ágape, nome dado por Renata, já está em ação graças às doações recebidas durante a última semana. Sem poder trabalhar desde 2017, devido aos cuidados com Yago, um dos sonhos da avó era conseguir retomar autonomia financeira.

Agora, com as doações recebidas para abertura da lanchonete, a lembrança da filha ganha ainda mais intensidade. “Tudo foi ideia da minha filha, quando ela estava viva. Era o sonho dela. O nome é porque ela era de um grupo de jovens da igreja, aí a gente manteve. Significa amor incondicional”, explica.

Trailer fica localizado na rua Esmeraldo Serra, bairro Vivendas do Parque. (Foto: Silas Lima)
Trailer fica localizado na rua Esmeraldo Serra, bairro Vivendas do Parque. (Foto: Silas Lima)

Com cardápio em mãos, Adriana conta que as doações vieram de diversas regiões e que o caminho continua sendo traçado com esperança. “Já deu tudo certo, conseguimos comprar o que precisávamos e está tudo perfeito”. Agora, o serviço será levado em frente junto à outra filha, Adrielly de Souza, de 24 anos.

Há menos de uma semana, no último dia 4, Adriana relatou ao Campo Grande News que seu maior desejo era poder retornar ao trabalho. O trailer havia sido aberto em 2017, mas quando sua filha Renata deu entrada no hospital, tudo foi deixado de lado e encerrado. Vivendo nos últimos anos apenas com doações e auxílio do governo, a avó contou que sentia necessidade de tomar a liberdade de volta.

Utensílios para a lanchonete estavam sendo organizados nesta terça-feira (9). (Foto: Silas Lima)
Utensílios para a lanchonete estavam sendo organizados nesta terça-feira (9). (Foto: Silas Lima)

Família guerreira - Yago nasceu no dia 31 de março de 2017, com 27 semanas e por parto cesárea. A mãe, Renata, foi diagnosticada com morte cerebral após sofrer AVC hemorrágico. Na época, ela estava entrando na 17ª semana de gestação e com decisão da equipe médica e da família, ela foi mantida viva para que Yago pudesse nascer.

Logo que nasceu, o menino teve um problema respiratório e foi entubado. Com isso, pegou três infecções, além de fazer cirurgias de hérnia, no olho e no coração. Hoje, Yago tem Síndrome do West, que é um tipo grave de epilepsia, broncodisplasia, uma doença que gera necessidade de assistência respiratória, e cardiopatia, uma anomalia na estrutura do coração.

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