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Capital

Rede de acolhimento capacita imigrantes até com aulas de português

Segundo a vice-prefeita Adriane Lopes, o objetivo é dar novas oportunidades para os imigrantes

Nyelder Rodrigues | 21/09/2021 12:22
Mutirão realizado recentemente em Campo Grande atendeu venezuelanos da cidade; no centro da imagem, a bandeira da Venezuela. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Mutirão realizado recentemente em Campo Grande atendeu venezuelanos da cidade; no centro da imagem, a bandeira da Venezuela. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Acolher os que vêm de fora com oportunidades de capacitação e de legalização para, assim, buscar empregos e aqui no Brasil, seguir a vida. Assim, a prefeitura de Campo Grande e outras instituições, como a Associação de Venezuelanos, estão criando uma rede para atender os que precisam de uma segunda chance.

"Nosso objetivo é mostrar um caminho para que todos possam buscar empregos ou que se encaminhem. Temos um público flutuante de imigrantes, de outros países e interno do País, então, lançamos campanhas para atender todo o público", explica a vice-prefeita Adriane Lopes (Patri), que encabeça a rede de acolhimento.

Hoje, o maior foco das instituições é atender os que estão nas ruas pedindo esmolas, os encaminhando para abrigos específicos para imigrantes - enquanto população em situação de rua ficam em um segundo abrigo, e os dependentes químicos em um terceiro local - e dali, começando a regularização documental de todos.

Durante esse processo, são feitas capacitações e já com todos documentos regulares, os imigrantes são encaminhados à Funsat (Fundação Social do Trabalho), para que ali, busquem oportunidades de emprego - são mais de 2 mil vagas abertas.

"Eles encontram dificuldades que muito passa pela língua. Por isso, a Associação dos Venezuelanos já conseguiu em parceria com a UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) oferecer um curso de Português para os que aqui chegam e precisam desse apoio", revela a vice-prefeita Adriane Lopes.

Ainda segundo ela, a prefeitura vai se reunir com a PF (Polícia Federal) e Guarda Municipal para tentar adequar algumas situações burocráticas e dar mais agilidade para a regularização documental dos imigrantes no Brasil.

"Ou daqui eles vão seguir o caminho deles, sendo Dourados o principal destino dentro de Mato Grosso do Sul, ou ficam aqui mesmo em Campo Grande buscando oportunidades de emprego", frisa Adriane, que conta ainda que a principal dificuldade encontrada é com os venezuelanos, já que a maioria chega sem documentos.

A vice-prefeita ainda aponta que os haitianos, por exemplo, já possuem uma estrutura de imigração maior, chegando já regularizados na cidade e geralmente com maior qualificação profissional, o que garante empregabilidade maior e mais rápida.

Venezuelano em semáforo de Campo Grande pede ajuda; campanha em Campo Grande quer inibir esmolas. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Venezuelano em semáforo de Campo Grande pede ajuda; campanha em Campo Grande quer inibir esmolas. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Campanha contra esmolas - Vários órgãos da prefeitura estão envolvidos nessa rede de acolhimento, realizando diversas abordagens todos os dias, junto a Defensoria Pública Estadual, que mantém uma Van para realizar as regularizações. Além disso, uma campanha contra esmolas será lançada, conta Adriane.

"Agora, estamos lançando essa campanha contra as esmolas com foco no público em geral, que estão nos semáforos. Uns usam isso para sustentar dependências químicas, mas há aqueles que acabam ficando ali, tendo como fonte de sustento e não vão procurar se regularizar no Brasil. Por isso, pedimos pela não concessão de esmola".

Durante as abordagens da campanha, as equipes irão informar a população sobre o Seas (Serviço Especializado em Abordagem Social), divulgando os telefones de contato das equipes que atuam no serviço 24 horas, percorrendo pontos estratégicos de Campo Grande, principalmente, a região central.

O objetivo será identificar indivíduos ou famílias, assim como crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil, exploração sexual ou fazendo uso de drogas, que utilizam os espaços públicos como moradia.

De janeiro de 2020 até agosto deste ano, o Seas totalizou 2.812 abordagens. As pessoas que aceitam o acolhimento, são levadas ao Centro POP, onde passam por uma triagem e são encaminhadas para uma das unidades de acolhimento.

Ao todo, de março de 2021 a agosto deste ano, foram realizados mais de 3,2 mil atendimentos nas unidades de acolhimento institucional da SAS (Secretaria de Assistência Social), além de 2.036 atendimentos a migrantes e imigrantes.

Também foram realizados 926 encaminhamentos para o mercado de trabalho e fornecidas 1.447 passagens à pessoas em situação de rua e estrangeiros, que puderam retornar às suas cidades de origem, restabelecendo os vínculos familiares.

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