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Capital

Salário alto faz cargo de professor na Rede Municipal ter disputa recorde

Aliny Mary Dias | 24/01/2014 11:00
Auditório do Espaço de Formação está lotado nesta sexta-feira (Foto: Marcos Ermínio)
Auditório do Espaço de Formação está lotado nesta sexta-feira (Foto: Marcos Ermínio)

Um dos melhores salários do país para os professores que atuam na Reme (Rede Municipal de Ensino) é a explicação da procura de 8,5 mil profissionais que se inscreveram no cadastro de reserva da Prefeitura. Em relação ao ano passado, a procura subiu 200% e os professores passam por capacitações desde ontem (23). No entanto, o sindicato da categoria, é contra o aprimoramento oferecido pela administração pública.

As inscrições para os professores temporários terminaram na quarta-feira (22) e a procura foi grande. Filas se formaram no Espaço de Formação Lúdio Martins Coelho, localizado na Vila Magarida.

Ao todo, 8,5 mil profissionais se inscreveram no cadastro de reservas. No ano passado, o número ficou entre 2,8 mil e 3,3 mil. A superintendente de gestão de políticas educacionais da Semed (Secretaria Municipal de Educação), Maria Salete, admite que o número de inscritos foi surpreendente. A capacitação iria demorar apenas três dias, mas a prefeitura foi obrigada a oferecer o curso por sete dias.

“Nos surpreendeu bastante essa procura, foi tanto que prorrogamos o prazo para que todos pudessem se inscrever. Nós acreditamos que o bom salário, um dos melhores do país e a única Capital a cumprir o piso, tenha sido o motivo desse grande número”, explica.

Atualmente, o salário para 20 horas dos profissionais é R$ 1.983 e em outubro deste ano o valor irá saltar para R$ 2.350. Para os professores da Reme que cumprirem carga horária de 40 horas, a remuneração vai passar de R$ 4,6 mil. A política de valorização começou na gestão de Nelson Trad Filho (PMDB) e causou polêmica no início do ano passado, quando o prefeito Alcides Bernal (PP) ameaçou não cumprir os reajustes previstos na lei.

Noeli gostou da capacitação (Foto: Marcos Ermínio)
Noeli gostou da capacitação (Foto: Marcos Ermínio)
Gláucea já trabalhou em outras cidades e aprova o salário da Capital (Foto: Marcos Ermínio)
Gláucea já trabalhou em outras cidades e aprova o salário da Capital (Foto: Marcos Ermínio)

As capacitações que tiveram início hoje vão até o dia 31, a data também foi estendida para que todos pudessem participar. Os professores assistem a palestras de 1h30 no auditório do espaço de formação. Ao fim do mini curso, os profissionais recebem um carimbo em um documento que comprova a participação.

Noeli Terezinha, 40 anos, afirma que a boa oferta de salários é responsável por levar os professores a se inscrever. Ela participou da capacitação nesta sexta e saiu satisfeita. "Foi muito bom e nos deu a noção certa de como é o procedimento na rede", completa.

Para Gláucea Nascimento, 49, que já trabalhou em outras cidades, o piso da categoria é o principal atrativo para a cidade. "Eu vi pessoas de fora aqui participando, é muito bom, com certeza faz um bem para o profissional", afirma a professora.

Contra – O presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), Geraldo Alves, afirma que um ofício foi protocolado na Semed no último dia 15 de janeiro contra as capacitações.

“Nós acreditamos que essas capacitações criam uma expectativa nos profissionais e muitos não serão chamados. Nós sabemos que o edital especifica isso, mas somos contra. A Prefeitura não tem vagas nem para os profissionais aprovados em concurso anterior, imagina para esse cadastro de reserva”, completa Geraldo.

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