Secretário diz que exposição quis estimular debate sobre pedofilia
Athayde Nery alega que há uma curadoria eficiente para que as obras sejam expostas
O secretário Estadual de Cultura e Cidadania, Athayde Nery, disse nesta sexta-feira que acredita na devolução ao Marco (Museu de Arte Contemporânea) do quadro "Pedofilia", apreendido pela Polícia Civil, depois que deputados fizeram uma denúncia apontando que a obra faz apologia à pedofilia. O secretário afirma que toda obra passa por uma equipe de curadores que avalia as peças antes delas ficarem dispostas à visitação. Ele acredita que a intenção da autora não era estimular a pedofilia, e sim debater a questão.
Nery comenta que o tema está chamando a atenção da população e diz que o tema é delicado neste momento. "Tem um monte de gente favorável e gente contra. Não pode deixar que descambe para a intolerância". O secretário avalia que, um fim antecipado da exposição não seria o adequado para lidar com a situação. "Tem curadoria. Isso seria censura prévia", enfatiza.
Em defesa da equipe que promoveu a exposição, o secretário lembra que, na curadoria, já três titulares e três suplentes, todos professores renomados no meio artístico e social da cidade.
A polêmica - A polêmica começou logo depois que deputados de Mato Grosso do Sul questionaram a obra da mineira Alessandra Cunha, intitulada "Pedofilia". Para a organização e coordenadoria do MARCO, a exposição tem como objetivo retratar e botar em discussão as violências do machismo, mas segundo os parlamentares, o quadro em específico incentiva o abuso e relações entre pessoas maiores de idade e crianças.
A obra está exposta, assim como outras da mesma autora, desde junho, com o término programado para o próximo final de semana. Dentre as polêmicas, além da apreensão do quadro, a faixa etária recomendada para visitação passou de 12 para 18 anos e foi proposto a suspensão da exposição a partir de hoje.