Segundo família, homem envolvido na morte de jogador está "isolado e devastado"
Amigos e companheiros de time afirmam que não houve maldade na jogada que causou a morte de José Luiz
O zagueiro Helan Alves, de 34 anos, do Center Truck, foi "isolado" pela família depois que uma dividida durante partida de futebol levou um adversário à morte. Ele não dá entrevista, mas o irmão, Hernandes Alves, de 39 anos, garante que o jogador está "devastado".
"Meu irmão está destruído, inconsolado, nem parece a mesma pessoa. O tempo todo orando pela família do José. Tiramos tudo dele, tiramos celular, internet para preservar a mente dele", ressalta Hernandes.
O jogador de futebol amador, José Luiz de Lima, de 30 anos, morreu nesta terça-feira (5) após bater a cabeça em mureta ao lado do Campo de Futebol Marambaia, no Bairro Coophavila II, em Campo Grande. Em vídeo, é possível ver que ele se choca com a parede depois de dividida na lateral de campo.
O jogo de futebol amador era somente um amistoso entre a equipe do Beira Mar Futebol Clube, que Zé Luiz (como também era conhecido) representava, e o Center Truck. Depois de dois dias internado na Santa Casa, o jogador teve a morte confirmada.
Hernandes diz que desde o incidente, as pessoas não poupam Helan. Na avaliação dele, alguns comentários nas redes sociais estão fora de contexto, "com uma raiva que não faz sentido. A gente vê as imagens e foi claro que é um acidente. Meu irmão não faria mal a uma formiga. Infelizmente aconteceu essa fatalidade".
Hernandes ainda prestou solidariedade à família de José. "Deus esteja abençoando e nos colocamos à disposição para qualquer situação".
O zagueiro envolvido no caso é representado pelo advogado Gustavo Lazzari. Ele também reforçou que a família e o atleta estão abalados. "Ninguém espera e ninguém deseja. Eles têm total consideração pela dor do Zé Luiz. Jamais o Helan atentou contra a vida do Zé Luiz. Foi um lance de futebol que infelizmente acarretou na morte".
O colega de time de Helan, o empresário Kamilo Silva, de 34 anos, também estava em campo no dia do acidente. Ele explicou que estava no lado oposto da dividida e a princípio achou que era somente uma pancada.
"Eu já vi em outros jogos, mas quando vi o desespero do Helan e dos outros jogadores, percebi que era algo realmente sério. Todos foram lá socorrer, abanar. Cogitaram até a possibilidade de colocar o Zé no carro e levar para o hospital".
Kamilo ressaltou que desde o momento da dividida, o zagueiro ficou desesperado e considera o caso uma fatalidade. "Eles são pessoas maravilhosas, tanto o Zé quando o Helan. Não tem histórico de briga ou coisas do tipo, sempre vão jogar bola e se divertir".
Atacante - Zé Luiz fazia parte do Beira Mar há cerca de um ano. Ele entrou para a equipe por indicação de um amigo e sempre se fazia presente aos finais de semana.
O encarregado de produção, Evanderson da Silva, de 39 anos, lembra que Luiz era um atacante rápido. "Gente boa demais, guri muito bom. Ele foi em um domingo e ficou fixo no time".
Evanderson explicou que o grupo do time existe há 20 anos no Coophavila II e já disputou competições de futebol amador como a Taça Campo Grande. Atualmente, a preferência é por amistosos. "Preferimos jogar só amistosos mais pra se divertir mesmo, todo domingo no Campo Marambaia. É só time mesmo, nós nos consideramos família".
Na hora do acidente, Evanderson disse que o barulho foi horrível. "Todos fomos tentaram socorrer ele de algum jeito, mas não tinha muito o que ser feito a não ser esperar o socorro".
O encarregado de produção explicou que o time fará uma homenagem ao Zé Luiz. "O primeiro passo é dar assistência para família deles. Depois que voltar aos jogos, vamos fazer uma homenagem".
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