Segurança que matou marido da ex alega legítima defesa e diz estar arrependido
Jones Vera Gonçalves, 39 anos, prestou depoimento acompanhado pelo advogado nesta quarta-feira
O segurança Jones Vera Gonçalves, 39 anos, se apresentou na 6ª Delegacia de Polícia Civil na tarde desta quarta-feira (1°), acompanhado pelo advogado Amilton Ferreira, e alegou estar arrependido de ter matado Gabriel Soriano da Silva, 27 anos. O crime aconteceu no dia 26 de outubro, em frente à unidade básica de saúde no Bairro Santa Emília, em Campo Grande.
Gabriel foi atingido por três disparos e segundo Jones, os tiros foram efetuados porque ele acreditou que a vítima estava armada. “Eles tiveram uma discussão antes e tudo aconteceu muito rápido. Ele imaginou que o rapaz atiraria nele e então atirou três vezes, ele agiu em legítima defesa”, disse o advogado do autor.
Além disso, durante o depoimento, Jones afirmou que tinha um relacionamento conturbado com Gabriel e sua ex-esposa, inclusive, teria registrado alguns boletins de ocorrências de ameaças que sofria do casal.
“Eles tinham várias desavenças e brigas, era uma situação muito conturbada. Ele vai apresentar todas as denúncias de ameaças que sofria. Entregamos aqui a arma e as munições, mas ele disparou para repelir a injusta agressão”, pontou Amilton.
O depoimento durou cerca de 1h20 e, ainda de acordo com o defensor, Jones disse estar muito arrependido porque se for preso não sabe como ficará a situação da filha de 9 anos, já que a guarda é dele e não da ex-esposa. Após ser ouvido, o segurança foi liberado. O delegado responsável pela investigação não falou com a imprensa.
“Ele não tinha a intenção de matar o Gabriel e está muito arrependido por ter tirado a vida de alguém que faz parte da família e por ter estragado a própria vida dele. Não sabemos se vai ser decretada a prisão, mas caso isso seja feito, vamos pedir a revogação, porque se ele for preso não sabe o que vai acontecer com a filha dele”, finalizou o advogado.
Sobre a acusação de ter atirado em direção ao filho de Gabriel, o segurança disse que não sabia que o menino de três anos estava no carro e que jamais teve a intenção de machucá-lo.
Entenda - Conforme apurado no local, Gabriel estava acompanhado da esposa quando foi atingido no peito. O atirador fugiu em um Renault Logan preto. Testemunhas que estavam na unidade ajudaram com os primeiros socorros até a chegada do Corpo de Bombeiros Militar. Para a reportagem, disseram que houve discussão.
Gabriel foi encaminhado para o pronto-socorro da Santa Casa pelos militares, mas acabou não resistindo e morreu. Já a mulher e a criança nada sofreram. O local foi isolado pela PM (Polícia Militar). GCM (Guarda Civil Metropolitana) e perícia acompanham as diligências.
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