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Capital

Sem ônibus, trabalhador anda três quilômetros em busca de transporte

Renata Volpe Haddad e Marcus Moura | 15/03/2017 07:11
Terminal Morenão praticamente vazio na manhã desta quarta-feira (15). (Foto: André Bittar)
Terminal Morenão praticamente vazio na manhã desta quarta-feira (15). (Foto: André Bittar)

Com a paralisão geral dos ônibus na manhã desta quarta-feira (15) em Campo Grande, teve gente que precisou andar até três quilômetros para chegar ao Terminal Morenão, na esperança de conseguir embarcar em um ônibus, mas sem sucesso. 

Quem já sabia da greve, teve que se virar para se deslocar ao trabalho ou à escola, mas quem não sabia, ficou revoltado.

O tratador de cavalos, Domingos Savio, 56, conseguiu uma carona da onde mora, próximo a Júlio de Castilho até a praça Ary Coelho.

Sem ônibus, precisou caminhar até o terminal Morenão. São três quilômetros de distância. "Mas cheguei aqui e vi que não tinha mesmo ônibus. Eu não sabia dessa paralisação, vou ter que chegar atrasado no trabalho porque não tenho dinheiro para pegar táxi", reclama.

O auxiliar de serviços gerais, José Antônio Pereira, 45, foi pego de surpresa ao saber da greve. Ele estava no ponto da avendia Afonso Pena, quando a equipe de reportagem o abordou perguntando o que achava da greve. "Eu não imaginava que estavam em greve. Achei estranho não ter passado nenhum ônibus. Vou precisar andar 15 quadras até o meu trabalho", disse, irritado.

Domingos andou quase três quilômetros na esperança de encontrar um ônibus que o levasse ao trabalho. (Foto: André Bittar)
Domingos andou quase três quilômetros na esperança de encontrar um ônibus que o levasse ao trabalho. (Foto: André Bittar)

Quem também saiu de casa achando que teria ônibus, foi o pizzaiolo Sérgio Trindade, 44. "Recebi uma mensagem ontem à noite, mas achei que pelo menos alguns ônibus estariam circulando. Então sai mais cedo para tentar, mas não deu certo".

Ele também pegou carona do bairro onde mora, Monte Castelo, até a praça Ary Coelho.

Mesmo sabendo que não teriam ônibus circulando antes das 7h30, a farmacêutica Reni Martins Lima, 54, resolveu arriscar. Chegou no terminal Morenão, mas se deparou com o local vazio. "Ontem uma amiga minha me mandou mensagem dizendo que teria paralisação dos ônibus, mas como eu dependo do transporte coletivo, levantei cedo na esperança de ter pelo menos um, mas não tem", diz.

Agora, a solução é esperar. "Vou me atrasar para o trabalho, mas mesmo assim, estou indignada com essa Reforma da Previdência. Vamos morrer de trabalhar e não teremos direito a aposentadoria", reclama.

A paralisação dos ônibus está prevista para acabar às 7h30 de hoje. Além disso, protesto de trabalhadores estão previstos em toda a cidade.

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