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Capital

Sete são denunciados por estupro, exploração e tráfico no 'caso Nando'

Nyelder Rodrigues | 25/01/2017 20:56
Luiz Alves Martins Filho, o “Nando”, 49 anos, suspeito de envolvimento em mortes. (Foto: Marcos Ermínio/ Arquivo)
Luiz Alves Martins Filho, o “Nando”, 49 anos, suspeito de envolvimento em mortes. (Foto: Marcos Ermínio/ Arquivo)

Sete pessoas foram denunciadas pelo MPE (Ministério Público Estadual) envolvidas nos crimes que ficaram conhecidos a partir da investigação do "Caso Nando", onde um cemitério clandestino foi descoberto no bairro Danúbio Azul durante a operação Danúbio Livre, realizada pela Polícia Civil de Campo Grande.

A denúncia foi feita pela 69ª Promotoria de Justiça. A acusação engloba crimes de estupro de vulnerável, exploração sexual de crianças e adolescentes, associação criminosa e tráfico de drogas. Os sete denunciados já estão presos. O caso prossegue em sigilo de Justiça.

Conforme a investigação, várias pessoas do bairro Danúbio Azul - região norte de Campo Grande - foram dadas como desaparecidas. A suspeita de que poderia haver uma ligação entre os sumiços surgiu após a morte de Leandro Aparecido Nunes Ferreira, conhecido como Leleco, em 2 de setembro de 2016.

O autor do homicídio, um adolescente, afirmou que matou a vítima por desconfiar que Leandro poderia estar envolvido com o desaparecimento de seu irmão, momento em que relatou para a polícia o sumiço de vários usuários de drogas e que esses desaparecimentos estariam conectados.

Durante a apuração policial, além de encontrar ossadas humanas e identificar inúmeras vítimas de crimes de homicídio, descobriram-se evidências da prática dos crimes aos quais a pessoas foram denunciadas acima.

Orgias e drogas - Conforme o promotor Luiz Antônio Freitas de Almeida, seis dos denunciados uniram-se com a finalidade de convidar adolescentes para a realização de orgias e atos sexuais diversos e, como forma de pagamento pelo programa sexual, era oferecida e entregue droga, especialmente pasta-base de cocaína, para esses jovens.

Vários adolescentes eram atraídos pelo grupo para serem explorados sexualmente, pois se prostituíam para ter acesso às drogas. Já sétima pessoa denunciada foi acusada por consumir drogas junto com adolescentes, mas, ao menos até agora, não há prova de que tenha participado das orgias envolvendo as vítimas.

Além dos crimes denunciado pelo MPE, também foram coletadas provas de vários homicídios, crime de maus-tratos de animais, tráfico de drogas e porte de arma de fogo, os quais devem ser avaliados, em primeiro momento, pela 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, júri competente para tal.

Caso haja condenação, as penas podem atingir patamar superior a 100 anos de reclusão, segundo o Ministério Público. Porém, isso ainda depende da aceitação da Justiça e dosimetria usada. A denúncia somou 12 situações de crime no relatório.

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