Sexta tem clima de despedida da escola e elogios a tarefa em casa
Nesta sexta (20) alunos da rede estadual finalizavam últimas pendências antes de começar quarentena em casa
Emails, vídeos, certeza de que, no final, a nota será cobrada. As tarefas para os alunos da rede estadual começam a chegar, esforço dos docentes criativos na hora de passar conteúdo, já que segunda-feira (23) começa oficialmente a quarentena decretada pelo governo estadual. Entre eles, as aulas à distância são só elogios, porque apesar da juventude, demonstraram preocupação com a disseminação do novo coronavírus.
Mesmo com o “passe livre” para ficar em casa, os rolês com colegas ficam sob a vigilância dos pais que temem o coronavírus (com 8 casos em Campo Grande e 1 em Sidrolândia), e há entre os alunos, nesta sexta-feira (20) um clima de despedida.
"Mesmo temporário, a sexta é de adeus à escola, medida que será teste de responsabilidade para esses adolescentes que logo deixam as escolas rumo ao ensino superior ou ao mercado de trabalho.
Dara Letícia de Lima, 17, está no último ano do ensino médio. Para ela, os conteúdos online são necessários para “não perder nada” tendo em vista que o vestibular está quase aí. “Estamos no terceiro ano, esse ano a gente faz Enem, tem vestibular, não pode ficar sem ter o que estudar”, comentou.
Ela afirma que os professores já começaram a passar conteúdo e tarefas. Em uma das disciplinas, o professor até enviou vídeo com explicação do conteúdo. Alunos, professores, coordenadores e diretores também estão se organizando em grupos pelo aplicativo whatsapp, tecnólogo auxiliando em tempos de crise.
Apesar da quarentena passar a valer apenas na próxima segunda, desde quarta-feira (18), disse a estudante, o movimento já é muito baixo. Dara disser ter ido até a escola nesta manhã apenas para entregar um documento da formatura. “O movimento está fraco, agora vou ficar em isolamento em casa”, disse.
“Não achei ruim não, não vamos ficar sem conteúdo. Não é a mesma coisa do que vir para a escola, a gente não aprende tanto quanto aqui na escola”, disse Josiane Priscila Aguiar, 15, que estuda no primeiro ano do ensino médio. A estudante já está com as aulas programadas e disse “se comprometer a cumprir com todo o conteúdo”.
“Vai valer nota, tem que fazer se não prejudica a gente. Alguns passaram trabalhos para serem entregues na volta, outros estão se organizando por email, depois serão todos corrigidos. Desde quarta caiu muito muito o movimento", disse, ao citar que estuda em sala com 36 alunos matriculados. “Vou aproveitar esse tempo para terminar de ler um livro”, comentou.
Para o estudante Vitor Emanuel, 16, já no terceiro ano do ensino médio, a medida é boa porque assegura a continuidade do aprendizado. “Achei bom porque independente da paralisação, a gente vai continuar estudando, não vai ficar com matéria acumulada”.
“Vou fazer”, disse. “Essa suspensão foi positiva porque é um momento de se cuidar. Não tenho que pensar só em mim, tem que pensar nas pessoas”, concluiu o jovem estudante.
Suspensão e regras - A medida afeta aproximadamente 250 mil alunos de 1,7 mil escolas, além de 25 mil professores e funcionários. Por decreto, o calendário escolas ficará suspenso por 15 dias, de 23 de março a 6 de abril. Os próximos dias (de 18 a 20) fica reservado para que a comunidade escola se adapte.
As escolas deverão ficar abertas, em regime de escala, e os alunos vão receber tarefas para executar em casa, para que o calendário escolar não seja prejudicado. Outra medida é a distribuição de merenda nas casas dos alunos no período em que as aulas ficarem suspensas.