Sistema de transporte coletivo perdeu 500 mil passageiros em um ano
Consórcio deixou de arrecadar R$ 10 milhões entre 2015 e 2016
O sistema de transporte coletivo de Campo Grande perdeu 500 mil passageiros em apenas um ano, comparando 2015 e 2016. A informação é do diretor-presidente da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Janine de Lima Bruno, revelando que queda foi de 4,7 milhões para 4,2 milhões de usuários.
A redução tem continuado em 2017. Nos três primeiros meses o número passou de 210 mil para 180 mil usuários.
"A quantidade vem caindo mensalmente, somando apenas os dias úteis do mês, os usuários caíram de 210 mil para 180 mil", diz Janine.
Os dados foram divulgados durante evento simbólico de entrega dos novos ônibus que estão chegando em Campo Grande na manhã desta terça-feira (11).
O presidente do Consócio Guaicurus, formado pelas quatro empresas que operam o transporte coletivo na cidade, João Rezende, confirmou a queda do número de usuários e consequentemente de arrecadação das empresas. De acordo com ele, são R$ 10 milhões a menos na receita anual.
"Caiu o número de usuários e os insumos aumentam. São gastos com combustível, salários, manutenção e tudo isso é rateado pelo usuários no calculo que é feito da tarifa", ressalta.
De acordo com a Agetran, o número de trabalhadores que usam o transporte caiu 7%. Do toral de usuários, segundo Janine, 50% eram trabalhadores e 50% eram de isentos e usuários esporádicos.
"Com a crise econômica o número de trabalhadores reduziu de 50% para 43%, de pessoas que usam o cartão para trabalho. Os demais ou são isentos, ou compram a passagem direto nos terminais", explicou Janine.
Campo Grande tem uma frota com 585 ônibus e foram comprados mais 91 veículos, por R$ 26 milhões por meio de financiamento feito pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) com recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Os novos carros vão repor os mais danificados.
Tarifa - Atualmente o usuário do transporte coletivo paga R$ 3,55 pela passagem das linha convencionais. Para usar a linha executiva, cada passageiros desembolsa R$ 4,35 por passagem.
Isenção - Mesmo com a queda de clientes, o Consórcio Guaicurus disse que vai manter o acordo com a Prefeitura de Campo Grande para reformar os nove terminais existentes na cidade.
"Nós fizemos um compromisso e independente do valor do trabalho vamos realizar. As obras serão realizadas em seis meses", declarou João Rezende.
As obras são uma contrapartida das empresas pela isenção de seis meses do ISSQN (Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza) cobrado pelo Executivo municipal. As empresas têm que reformar os banheiros, instalar bebedouros, fazer pinturas, entre outros serviços.