Superlotada, Santa Casa opera com falta de funcionários, leitos e medicamentos
Nesta segunda-feira (03) o número de pacientes em atendimento no Pronto Socorro da unidade era três vezes acima da capacidade
Durante vistoria na Santa Casa de Campo Grande o Ministério Público Estadual constatou, não só a superlotação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinadas pacientes com covid-19, mas também nas alas de urgência e emergência do hospital. Nesta segunda-feira (03) o número de pacientes em atendimento no Pronto Socorro da unidade era três vezes acima da capacidade adequada para o setor.
A visita foi feita pelas promotoras de Justiça Luciana Rabelo, da Saúde, e Ana Cristina Carneiro Dias, coordenadora da força-tarefa do MPMS, e técnicos do Ministério Público Estadual percorreram a área de isolamento para os pacientes suspeitos ou confirmados com a covid-19, as enfermarias da retaguarda dos casos não-covid e o PS.
Além da superlotação, a Santa Casa também enfrenta dificuldades para comprar medicamentos que estão em falta no mercado e são essenciais para o atendimento aos pacientes críticos, que precisam de intubação.
A defasagem nas escalas dos profissionais da linha de frente é outro agravante, já que a maioria também trabalha em outras unidades de saúde e muitos tem positivado os testes para a covid-19 e precisam se ausentar do serviço, permanecendo em isolamento. Novas contratações também têm sido prejudicadas pela falta de profissionais no mercado de trabalho.
Nesta segunda-feira, a taxa de ocupação dos leitos de Terapia Intensiva para os pacientes vítimas do coronavírus estava em 100% no hospital. A alta taxa de ocupação, segundo o coordenador do Núcleo Interno de Regulação, doutor Fabiano Cançado, tem sido frequente desde que foram abertos os dez leitos exclusivos para casos críticos da covid-19.
Alguns aguardavam no corredor por exames, reavaliação ou mesmo leitos de internação. A Santa Casa é o hospital com o maior número de leitos SUS da região centro-oeste do país que, neste momento de pandemia, tem absorvido todos os pacientes do SUS que não conseguem vagas em outros hospitais.
Nesta segunda-feira a superintendência da gestão médico-Hospitalar encaminhou um documento aos representantes da saúde pública, ao Ministério Público Federal, MPE, MPT e entidades de classe que representam os profissionais da linha de frente, relatando que a instituição está no limite de atendimento, de medicação e de insumos e até de aceitação de novos pacientes.
O presidente da Santa Casa, Heber Xavier, também conversou com as promotoras de Justiça.