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Capital

Tio aproveitava que esposa dormia para abusar de sobrinha de 12 anos

Exame sexológico comprovou abuso e o suspeito passou a fazer ameaças ao saber da denúncia

Bruna Marques | 19/09/2022 13:19
O caso foi registrado como estupro de vulnerável, na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, onde é investigado. (Foto: Henrique Kawaminami)
O caso foi registrado como estupro de vulnerável, na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, onde é investigado. (Foto: Henrique Kawaminami)

Homem de 44 anos é suspeito de estuprar a sobrinha, de 12, no Bairro Coronel Antonino, em Campo Grande. Os abusos vinham ocorrendo desde o ano passado e eram praticados na casa em que o suspeito mora com a tia materna da criança. O caso foi registrado em 18 de agosto e é investigado pela DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).

A promotora de vendas, de 30 anos, mãe da menina, afirma que o exame sexológico feito no IMOL (instituto de Medicina e Odontologia Legal) comprovou abuso e que o suspeito passou a ameaçá-la ao saber do registro de boletim de ocorrência.

A mãe da menina contou ao Campo Grande News, que no dia 17 do mês passado, a filha criou coragem e contou o que tinha acontecido através de uma mensagem no WhatsApp.

"No dia que eu soube ela me mandou uma mensagem perguntando se era normal estar com corrimento. Perguntei se tinha muito tempo e ela falou que desde fevereiro desse ano. Questionei se alguém tinha mexido com ela e ela disse que o tio tinha tentado abusar dela várias vezes, nos dias em que ela dormia na casa da minha irmã", relembra.

A menina contou para mãe que os abusos aconteciam no período da noite, no momento em que a esposa do suspeito estava dormindo.  "Ela me falou que a primeira vez a minha irmã estava dormindo em um quarto e ele foi no outro, onde minha filha estava, tirou o short e começou a se esfregar nela.

Segundo relatos da vítima, o tio tentou praticar conjunção carnal, mas ela correu e se trancou no banheiro. "Nesse dia ela dormiu no banheiro porque estava com medo dele", conta a mãe.

A promotora de vendas diz que não imaginava que os abusos estavam acontecendo, mas que desde o ano passado, percebeu que a filha vinha apresentando comportamento estranho. "O pai dela tá preso e a avó paterna morreu e ela chorava, mas e falava que era por causa disso. Não passou pela minha cabeça o que estava acontecendo", afirma a mãe.

Ameaça - Na tarde do último domingo (18), a genitora da criança recebeu uma mensagem de áudio do suspeito, onde ele pergunta sobre a intimação da denúncia e a ameaçou dizendo que se dentro de um mês ele não for notificado, vai processar todo mundo da família.

O Campo Grande News teve acesso ao áudio, onde o suspeito diz: "Cadê a porcaria da intimação que não chegou até agora para mim? Ja está com um mês! Vou esperar mais um mês, se não aparecer essa porcaria, eu entrar com um processo contra você, sua mãe, seu irmão, seu pai e se eu ficar injuriado, da sua cunhada, pelas palavras que ela falou para mim. Estou esperando essa porcaria até agora, eu vou mostrar para você quem eu sou, isso você pode ter certeza, de um jeito ou do outro, se você não comprovar essa porcaria que sua filha mandou em mim, você pode ter certeza que eu vou colocar todo mundo dentro da cadeia, beleza?".

Denúncia - No dia 17 de agosto, a noite, quando a filha contou o que tinha acontecido, a mãe da vítima ligou no disque 100 e foi orientada a procurar a polícia. Saiu da casa onde mora no Jardim Aero Rancho e foi até a DEPAC (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), CEPOL, registrar o boletim de ocorrência. Na delegacia, o delegado de plantão falou que esse tipo de ocorrência teria que ser registrada na DEAM (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher).

Na DEAM orientaram ela procurar de DEPCA no dia seguinte e levar a criança para ser ouvida no setor psicossocial. A criança conversou com as psicólogos da delegacia e foi encaminhada para o IMOL, onde foi submetida a ao exame de sexologia forense.

Segundo a comunicante, ficou constatado no exame que a criança sofreu abuso sexual. "O laudo fala que teve a tentativa de penetração, mas o hímen não foi rompido. Tinham sinais de machucado, mas estavam em fase de cicatrização.

Família aguarda agora, que o homem seja intimado pela polícia e pede por justiça. "Já fui várias vezes na delegacia perguntar sobre o caso, mas me falaram que para eles não consta denúncia, mas tem boletim de ocorrência. Quero justiça, infelizmente não posso fazer nada para que ele seja preso, mas espero uma resposta da polícia, já tem um mês e ainda não aconteceu nada", finaliza a mãe da vítima.

O Campo Grande News procurou a DEPCA nesta segunda-feira (19) e a reportagem foi informada que a equipe está em mudança de prédio por isso, estarão com as atividades suspensas até quarta-feira (21).

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