Traficante condenado a 100 anos de prisão entra para lista da Interpol
Palermo fugiu após receber o benefício da prisão domiciliar, no dia 22 de abril. Decisão ocorreu no plantão do judiciário
Condenado a cem anos de prisão por crimes que vão do tráfico de drogas ao sequestro de um avião, Gerson Palermo, de 62 anos, foi incluído na lista da Interpol, a polícia criminal internacional. O pedido para isso partiu do juiz Mário José Esbalqueiro Júnior, da 1ª Vara de Execução Penal de Campo Grande.
Palermo está foragido desde a noite de quarta-feira, dia 22 de abril, quando conseguiu a prisão domiciliar por decisão do desembargador Divoncir Schereiner Maran, no plantão do judiciário no feriado de Tiradentes. Antes disso, cumpria pena no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima de Campo Grande.
A autorização para deixar o presídio foi resposta a um habeas corpus apresentado pela defesa do acusado. O documento pedia a prisão domiciliar por Palermo ter 60 anos e por isso, se enquadrar no grupo de risco da covid-19.
Assim que deixou a Máxima, recebeu tornozeleira eletrônica na Unidade Mista Estadual de Monitoramento Virtual da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário). O traficante, no entanto, não ficou por muito tempo com o equipamento. No mesmo dia a central identificou o rompimento da tornozeleira que era usado por ele.
O desembargador Jonas Hass Silva Júnior do TJMS chegou a revogar a liminar concedida, devido à falta de laudo pericial atestando enfermidades ou debilidade do preso, bem como de o estabelecimento prisional não se encontrar com excedente de lotação. No entanto, quando isso aconteceu, Palermo já havia fugido.
Um novo mandado de prisão expedido foi no dia seguinte, 23 de abril. Desde então as agências de inteligência policial de todo Mato Grosso do Sul trabalham para colher informações que possam levar à captura do traficante.
Histórico criminal - Gerson Palermo está preso desde março de 2017. Sua condenação mais recente foi em agosto de 2019, a partir da Operação All In, da Polícia Federal. Palermo é piloto, acumula passagens pela polícia desde 1991, sendo considerado chefe e coordenador do esquema de tráfico de cocaína pela fronteira com o Paraguai.
Durante a investigação, foram apreendidas 810 quilos de cocaína. Em 27 de abril de 2016, o primeiro flagrante recolheu 504 quilos da droga. A apreensão foi em Cubatão (SP). Ele também tem condenação por ser um dos seis autores do sequestro do Boeing 727/200 da Vasp, em 16 de agosto de 2000, 20 minutos depois da decolagem da aeronave do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, com destino a Curitiba (PR).
Palermo teria obrigado o comandante do voo a pousar na pista de Porecatu, também no Paraná. Ali, a quadrilha fez a tripulação a abrir o compartimento de carga, de onde roubou nove malotes do Banco do Brasil, contendo R$ 5,5 milhões. Fugiram em seguida, em um veículo também roubado.
Procura-se – A lista dos bandidos mais procurados do País é elaborada pelo Ministério da Justiça. Hoje, ela tem quatro nomes oriundos de Mato Grosso do Sul, os pistoleiros José Moreira Freires, 46 anos, conhecido como "Zezinho", e Juanil Miranda Lima, 43 anos, alvo da operação Omertà; o ex-policial militar do Mato Grosso do Sul Fabio Costa, chamado de “Pingo” ou “Japonês, chefe do contrabando de cigarros; e ainda Leomar Oliveira Barbosa, 56 anos, apelidado de “Leozinho” e também de “Playboy”, traficante de Ponta Porã.