Transformador explode por sobrecarga de “gatos” em favela
Pelo menos metade das famílias que moram no local voltaram a ficar sem energia
Ligações clandestinas provocaram curto-circuito em um transformador instalado na área invadida da construtora falida Homex, no Jardim Centro-Oeste, em Campo Grande. Após explosão, pelo menos metade das famílias que vivem no local ficaram novamente sem energia elétrica.
A explosão aconteceu no início da noite, na Rua José Carlos da Silva, em frente ao Ceinf (Centro de Educação Infantil) do bairro. Momentos antes, faíscas foram vistas saindo do alto de onde diversas conexões clandestinas e improvisadas estão plugadas. A rede não teria suportado sobrecarga e estourou. Segundo moradores, forte barulho e clarão foram vistos.
Equipe do Corpo de Bombeiros foi acionada para a ocorrência, mas por sorte ninguém ficou ferido e o fogo logo foi extinto e não se alastrou para os barracos. “Estamos todos desesperados, isso aqui está muito perigoso”, afirma Valdeir Machado Dias, de 39 anos, um dos representantes da comunidade, que lembra da reivindicação dos moradores de que a Energisa instale padrões e regularize a situação das famílias.
Na tarde do dia 12, Leodomar Rodrigues, 40 anos, precisou ser levado às pressas para a Santa Casa depois de levar uma descarga elétrica e cair no momento em que tentava fazer ligação clandestina de energia em um barraco. Ele recebeu atendimento e foi liberado na manhã do dia seguinte.
Na manhã de quinta-feira (11), uma ofensiva contra “gatos”, ligações irregulares de energia elétrica, foi realizada no bairro onde há invasão em terrenos da massa falida da construtora Homex. A ação envolveu 120 pessoas, com um exército de eletricistas, 70 veículos da Energisa e equipes da PM (Polícia Militar) e do Batalhão de Choque.
Depois da operação, os moradores atingidos pelo corte, protestaram fechando as saídas do anel viário, provocando cerca de 6 quilômetros de congestionamento. Doze horas depois da força-tarefa, a população se reuniu e iniciou o trabalhado de religação dos fios. No local, segundo moradores, vivem aproximadamente 2.400 famílias.