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Capital

"Triste", oficial envolvido em morte de professora nega que estava bêbado

Alexander Nantes Stein está no Presídio Militar em Campo Grande e tenta reverter a prisão preventiva

Marta Ferreira | 03/06/2020 13:39
O carro da professora foi parar em uma árvore depois da colisão. (Foto: Direto das Ruas)
O carro da professora foi parar em uma árvore depois da colisão. (Foto: Direto das Ruas)

Preso desde a noite de sábado, 30 de maio, como responsável pela colisão entre veículos que provocou a morte da professora Suellen Villela Brasil, de 32 anos, o segundo tenente da Polícia Militar Alexander Nantes Stein, também de 32 anos, negou em conversa com a defesa que estivesse bêbado na hora do fato, ocorrido na Avenida Gury Marques.

Responsável pela representação do oficial, o advogado Paulo Sperb Wanderley informou ao Campo Grande News ter estado com Alexander no Presídio Militar, na saída para Três Lagoas, nesta terça-feira (3). Segundo ele, o cliente atribuiu tudo a um acidente e está bastante triste com o acidente fatal.

Alexander, conforme o defensor, estava na casa de amigos e voltava para a a residência onde vive com os pais e uma irmã, também na região das Moreninhas. Ele dirigia um Wolkswagen Gol.

Conforme o advogado, o cliente afirma não ter dado tempo de desviar do veículo dirigido pela professora, um Renault Clio, atingido na traseira. A velocidade em que o Gol estava, afirma Paulo Sperb Wanderley, era “normal”.

No boletim de ocorrência feito no sábado, existe a afirmação de que Stein admitiu ter ingerido álcool a investigadores, porém isso não foi medido cientificamente dada a recusa do motorista em fazer o chamado teste do etilômetro. Houve constatação pelos agentes de segurança, de que ele apresentava evidências de embriaguez, como permite a legislação. Estava, segundo relatado, com a voz pastosa e cheiro de álcool.

No domingo, o juiz plantonista Francisco de Andrade converteu o flagrante em preventiva, porém Alexander não foi ouvido, por estar internado na UPA (Unidade de Pronto Atendimento das Moreninhas). Não teve ferimentos graves, mas precisou ficar em observação.

No dia, foi atendido por um defensor público, que tentou relaxar a prisão, sem êxito.

O tenente da Polícia Militar de MS Alexander Nantes Stein, envolvido em acidente com morte. (Foto: Reprodução das redes sociais)
O tenente da Polícia Militar de MS Alexander Nantes Stein, envolvido em acidente com morte. (Foto: Reprodução das redes sociais)

"Réu primário" - Na segunda-feira, Alexander Nantes Stein foi liberado pela equipe médica e levado para o Presídio Militar, na saída para Três Lagoas em Campo Grande. A defesa entrou com pedido de revogação da preventiva e aguarda retorno.

“Ele preenche todos os requisitos para responder ao processo em liberdade”, diz o criminalista. Entre esses itens, está o de ser considerado réu primário, cita o advogado, apesar do processo contra Stein que veio à tona depois da prisão de sábado

Em 2012, um jovem de 24 anos morreu com um tiro disparo pela arma de posse do militar, durante uma festa. Ele exibia a arma e, segundo a  denúncia, havia consumido bebida alcoólica.

A investigação apontou tiro acidental. O oficial foi enquadrado em homicídio culposo, cuja pena prevista é entre um e três anos.

Em casos assim, é permitido pela lei a suspensão do processo, como foi proposto pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e acatado.

O réu faz assina uma espécie de compromisso com o juiz e, se cumprido, a representação criminal é arquivada. No caso do militar, o processo ficou suspenso por dois a nos e, em julho de 2017, foi extinta a punibilidade.

Nesse período, ele teve cumprir medidas restritivas. Não podia frequentar bares, boates nem ingerir bebidas alcoólicas ou ainda se ausentar da comarca onde reside, por mais de trinta dias, sem autorização do Juiz, exceto para desempenhar o seu trabalho. Outra determinação era comparecer pessoalmente e obrigatoriamente em juízo, bimestralmente, na primeira semana do mês, “para informar e justificar suas atividades”. Também não podia ser flagrado no cometimento de algum outro delito.

O policial perdeu a função de confiança. Ele era comandante do pelotão em Ribas do Rio Pardo e foi transferido para Campo Grande.


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