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Capital

Vacina injetável contra pólio está disponível, mas procura ainda é baixa

No Brasil, a poliomielite está erradicada desde 1994, mas vírus segue em circulação em outros países

Por Clara Farias | 30/09/2024 13:06
Unidade de saúde praticamente vazia nesta segunda-feira (Foto: Osmar Veiga)
Unidade de saúde praticamente vazia nesta segunda-feira (Foto: Osmar Veiga)

Vacinação contra poliomielite para bebês de dois e quatro meses de idade passou a ser aplicada de forma injetável, nesta segunda-feira (30), em Mato Grosso do Sul. Entretanto, durante a manhã não houve procura na USF (Unidade de Saúde da Família) Tiradentes, um dos principais pontos de vacinação da cidade. Na USF 26 de Agosto o movimento também foi fraco.

O esquema vacinal obrigatório, agora por injeção, substitui a VOPB (Vacina Oral Poliomielite Bivalente) mais conhecida "gotinha", aplicada desde 1977 no Brasil. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que não havia balanço de vacinação desta manhã.

A enfermeira, Katia Melo Cavalari, 51 anos, contou ao Campo Grande News que a manhã começou tranquila na unidade, sem nenhum bebê para ser vacinado. "A gente reforça a orientação para as mães, essa vacina é muito importante e faz parte do calendário obrigatório. A poliomielite foi erradicada no Brasil há muitos anos, mas resto do mundo continua tendo casos", afirmou.

Ela exemplifica que países que fazem fronteira com o Brasil tiveram casos confirmados. "Países que fazem fronteira com o Brasil ainda têm casos de poliomielite. Recentemente vi, também, que foram registrados casos na Faixa de Gaza", observou a enfermeira. Conforme dados do Ministério da Saúde, foram registrados 13 casos no mundo de janeiro a 23 de abril de 2024, sendo seis no Afeganistão e sete no Paquistão.

Enfermeira Katia Melo Cavalari em entrevista ao Campo Grande News (Foto: Clara Farias)
Enfermeira Katia Melo Cavalari em entrevista ao Campo Grande News (Foto: Clara Farias)

A substituição da VOPB pela VIP (Vacina Inativada Poliomielite) injetável ocorre como uma nova estratégia para a erradicação da doença. O método é considerado mais seguro conforme explica a coordenadora estadual de imunização da SES (Secretaria Estadual de Saúde), Ana Paula Goldfinger. "A VOPb utilizava o vírus vivo para promover a proteção, já a VIP conta com o vírus atenuado, reduzindo a chance de um evento adverso, ou reação à imunização”, explicou.

Apesar da vacina injetável começar hoje para bebês de dois e quatro meses, ela já era aplicada em bebês de seis a quinze meses. Em Campo Grande, estão sendo aplicadas as doses iniciais para 2, 4 e 6 meses, e a dose reforço está suspensa até o dia 4 de novembro, data que marca o início da VIP a nível nacional.

Na USF Tiradentes a vacinação ocorre das 7h às 18h45. A enfermeira da unidade, Katia Melo, explica que a vacinação ocorre "a porta aberta". Não é preciso ser morador do bairro para ser vacinado no local.

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