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Capital

Vítimas de ataques, agentes penitenciários podem parar serviços na Máxima

Thiago de Souza | 20/04/2016 16:32
Servidores da Agepen pedem melhores condições de trabalho. (Foto: Thiago de Souza)
Servidores da Agepen pedem melhores condições de trabalho. (Foto: Thiago de Souza)
André Santiago cobra mais servidores para atuar dentro do presídio. (Foto: Alan Nantes)
André Santiago cobra mais servidores para atuar dentro do presídio. (Foto: Alan Nantes)

Agentes penitenciários estaduais fizeram um protesto, na tarde desta quarta-feira (20), em frente ao Hospital El Kadri, em Campo Grande, onde estão internados cinco dos seis agentes envenedados dentro do presídio, na manhã de hoje. Diante das agressões sofridas, atribuídas aos detentos, e da falta de estrutura do sistema, como baixo número de funcionários, os servidores entrarão em reunião, e não descartam uma paralisação dos trabalhos.

De acordo com o presidente do Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul), André Luiz Santiago, que visitou os agentes no hospital, o estado de saúde dos colegas é estável e, segundo informado pelos médicos, terão alta em até 48 horas. Porém, dois dos servidores internados demoraram um pouco mais a responder ao tratamento e por isso tem acompanhamento médico mais próximo.

Aproximadamente 20 agentes penitenciários vestiram os coletes da Agepen, e permanceram em frente ao hospital por cerca de duas horas, em protesto contra as agressões sofridas durante a jornada de trabalho. 

Um outro servidor que ingeriu café contendo veneno para ratos, foi internado na Santa Casa, e segundo Santiago, o estado de saúde dele também é estável. 

A irmã de um agente penintenciário que foi envenenado nesta manhã, disse que o clima é de angústia, e até às 16 horas ainda não tinha sido autorizada a ver o parente. 

O clima no presídio, segundo Santiago, é tenso, e a maioria dos problemas vividos no estabelecimento penal é fruto da defasagem na quantidade de agentes dentro do presídio. "Há tempos estamos avisado o governo que isso ia acontecer, e agora exigimos ações imediatas, como condições dignas de trabalho", informou.

Na visão do sindicalista, o baixo número de servidores da Agepen dificulta a fiscalização e culmina na entrada de celulares, drogas, e diversos outros produtos não permitidos na cadeia.

"Eles sempre nos ameaçaram, mas agora é com mais evidência", contou o diretor-financeiro do Sinsap, João Dimarães. O servidor conta que os presos gritam "A cadeia é nossa, não adianta entrar!", como forma de intimidação.

Dimarães informou que o governo abriu concurso público para contratar agentes penitenciários, porém, segundo ele, a abertura de três novos presídios vai absover os concursados e a situação na Máxima deve continuar a mesma. Santiago aponta 2.300 internos para 7 ou 8 agentes de plantão. 

Os agentes penitenciários foram,aos poucos, sendo autorizados a visitar os colegas de trabalho no hospital.

No início da tarde desta quarta-feira, o detento Iverson Ricardo Lopes Pinto, vulgo "Pinguim", foi encontrado morto na cela 308, no pavilhão 6. Lopes cumpria 6 anos e 9 meses de prisão por assalto a mão armada e tráfico de drogas.

Ainda não há informações oficiais sobre a causa da morte, pórém, conforme o Campo Grande News apurou, uma das suspeitas é é de que o preso tenha sido morto com a mistura conhecida entre os detentos como 'gatorade', mistura de cachaça produzida pelos próprios presos com medicamentos controlados e ou estimulantes sexuais, cujo objetivo é simular um ataque cardíaco na pessoa.

A reunião do Sinasp com os agentes ainda não tem hora marcada.

Agentes denunciam clima de tensão dentro do presídio. (Foto: Thiago de Souza)
Agentes denunciam clima de tensão dentro do presídio. (Foto: Thiago de Souza)
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