Vítimas procuram delegacia e dizem que empresária acusada de golpes sumiu
Grupo esteve no restaurante de Lillianne e afirma que ela mandou fechar o local e desapareceu; ela nega
Grupo de 8 pessoas, entre empresários e funcionários de Lilliane Pessoa da Silva, procuraram a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) nesta sexta-feira (5) para denunciar mulher com fama de golpista. Eles afirmam que foram vítimas da dona de um restaurante na Avenida Afonso Pena e que estão tentando contato com ela, mas sem sucesso. As denúncias vão de falta de pagamento de salário a retorno de investimento.
Ao Campo Grande News um dos empresários contou que já conhecia Lilliane porque tiveram um “affair” antes de tudo e foi procurado por ela há aproximadamente 40 dias com a proposta de investimento em contrato para entrega de refeições. Como ele estava com débitos e trabalha com agropecuária, fizeram o acordo de boca para que o dinheiro não fosse perdido.
“Eu já tinha trabalhado para uma empresa com isso e vi que era verídico tudo. Sabia que iam demorar entre 20 e 30 dias para pagar e ela explicou tudo certo, não levantou nenhuma desconfiança. Andávamos juntos para cima e para baixo. Entrei no ‘fio do bigode’. Quando descobri os golpes fiquei em choque”, relatou o pecuarista de 33 anos.
Ele relatou que ficou sabendo de tudo depois que uma gerente do restaurante foi demitida. Ela contou que tinha valores a receber e não conseguiu. O pecuarista foi então atrás do histórico de Lilliane e descobriu a ficha recheada de acusações.
“Fiquei em choque e contei para todo mundo. Eles acharam que eu estava envolvido, mas eu sou uma das vítimas. Ela chegou a me apresentar para as pessoas como namorado dela, mas nós tivemos um envolvimento antes de tudo isso, depois não tivemos mais nada. Investi R$ 150 mil há 40 dias e até agora não recebi nada”, afirmou o homem.
Hoje, ele e as outras vítimas foram até o restaurante de Lilliane e o encontraram de portas fechadas. De acordo com o grupo, funcionários relataram que a mulher teria dado a ordem para que eles finalizassem o expediente e em seguida não foi mais encontrada. Equipe da PM (Polícia Militar) foi acionada e todo mundo encaminhado para a delegacia.
Além do pecuarista, terapeuta de 40 anos, alega ter sido vítima da empresária. Também na delegacia, ela contou à reportagem que foi investiu R$ 10 mil no contrato e Lillianne fez gastou mais R$ 28 mil em compras no seu cartão de crédito.
“Ela me enganou para entrar nessa sociedade. Entrei dia 19 de junho deste ano e no dia 24 já procurei a polícia. Hoje assinei o distrato e sai sem receber nada porque ela fez de um jeito como se eu já estivesse sendo paga. Agora minha advogada vai ver o que conseguimos fazer. O importante é que ela não suje mais o meu nome”, pontuou a terapeuta.
“Ela me mandava fotos dos contratos. Cheguei a ir em Aquidauana na empresa que faz a comida e todo o processo parecia legítimo. Participei da distribuição também. Agora vou esperar para ver o que consigo recuperar”, finalizou a mulher.
Já Márcio Falcão, 38 anos, contou que conheceu Lilliane quando anunciou seu restaurante para venda em um portal na internet. Segundo o empresário, a mulher entrou em contato dizendo que morava em Balneário Camboriú (SC) e que era divorciada de um milionário.
“Não pesquisei nada dela. Acreditei na história e fechamos o contrato. Parcelei em 9 vezes de R$ 20 mil e tinha duas regras no contrato, que ela não podia usar o CNPJ de forma indevida e nem deixar de pagar os fornecedores. Na primeira semana ela quebrou as duas. Tentou pagar 3 fornecedores com pix falso”, afirmou Márcio.
À reportagem ele relata que chegou a ser avisada por outro empresário sobre os golpes de Lillianne, mas já era tarde. O prédio foi vendido em março, segundo ele, e desde abril ele tenta reaver o restaurante.
“Desde abril não consigo contato com ela. Ela pagava as parcelas e mandava os comprovantes apenas. Mas não nos falávamos. Estou tentando reaver o estabelecimento e o prejuízo que ficou de uns R$ 90 mil, 50 mil da quebra do contrato e mais as parcelas que ela não pagou”, continuou o empresário.
Alguns funcionários de Lilliane também estão sendo ouvidos na delegacia, uma delas contou para o Campo Grande News que veio para a Capital para trabalhar com a empresário em junho após ter problemas no seu relacionamento em Aquidauana.
“Ela disse que tinha serviço no restaurante. Vim para morar com minha irmã, mas ela me convenceu a morar e fazer faxina na casa dela e trabalhar no restaurante. Nós acordamos o salário de R$ 2 mil, mas ela só me pagou R$ 350. Ontem peguei minhas coisas na casa dela. Pedi demissão porque tive problemas com o pai dela”, disse Lorraine Duarte, 22 anos.
Outro lado – A reportagem procurou Lilliane novamente nesta sexta-feira. Por aplicativo de mensagens ela afirmou que não pode se posicionar sobre algo que ela não tem conhecimento. Ela nega estar fugindo e diz que está respondendo e atendendo ligações o dia todo.
Além disso, ela conta que já foi inocentada de uma acusação de golpe em Belém (PA), mas que alguém pesquisou isso na internet e agora fica espalhando que ela comete esse crime pelo país.
“Eu paguei o Márcio. Tenho todos os comprovantes. Eu tive um problema há um tempo atrás, mas já paguei por isso. Mas estou sofrendo por conta disso. O meu advogado já está pedindo indenização por conta disso. Só que as pessoas veem isso na internet e ficam achando que eu estou dando golpe. Eu não estou devendo nada para ninguém. Eles ficam me perseguindo e como vou ficar num local que ninguém acredita em mim? Nunca dei golpe e vou provar tudo isso”, afirmou Lilliane.
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