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Capital

Viúva diz que não sabe o que falar aos filhos sobre absolvição de réus

Esposa de empresário morto durante roubo de carro diz que sentença revolta e causa indignação

Renan Nucci | 30/04/2015 13:34
Suspeitos prestaram depoimento em janeiro deste ano. Dos quatro envolvidos, apenas um foi condenado. (Foto: Marcelo Calazans)
Suspeitos prestaram depoimento em janeiro deste ano. Dos quatro envolvidos, apenas um foi condenado. (Foto: Marcelo Calazans)

Revolta e Indignação. Estas são as palavras que definem o sentimento da família do empresário Erlon Peterson Bernal, assassinado no dia 1º de abril de 2014, em Campo Grande. Dos quatro envolvidos no crime, apenas Thiago Henrique Ribeiro, 21 anos, foi condenado a 31 anos de prisão. Para a viúva Daiane Peres que aguardou ansiosamente pelo resultado julgamento, por mais de um ano, nenhum deles deveria ficar impune. “Isso é um incentivo ao crime”, disse.

A sentença proferida pelo juiz Márcio Alexandre Wust, da 6ª Vara Criminal a Capital, foi anunciada ontem. De acordo com o advogado da família, Oton Nasser, Rafael Diogo, 24, e Jefferson dos Santos, 21, foram absolvidos por ausência de prova. Uma adolescente que morava na casa onde o empresário foi morto não foi julgada neste processo. Diante da decisão, Nasser pretende recorrer para que os indiciados voltem para a cadeia.

“O que dizer para meus filhos que ficavam perguntando o que iria acontecer com os homens que fizeram isso com o pai deles? Passei o ano todo falando que a justiça seria feita e que eles pagariam pelo crime, mas diante disso, qual exemplo fica para as crianças que estão vendo assassinos de alta periculosidade livres? Como fica a família nessas horas? É muita indignação”, afirmou.

Mãe de um menino de nove e uma garota de 11 anos, Daiane disse que desde a morte do marido a família tem lutado diariamente para se reconstruir. “São lutas diárias, mas sempre passo para os filhos os exemplos deixados pelo pai deles, que era de ser honesto e trabalhador, mas é difícil. É difícil explicar isso pra eles vendo gente maldosa com mais benefícios que nós”, lamentou.

O caso – Denúncia do MPE (Ministério Público Estadual) apontou que Thiago marcou encontro com Erlon na rotatória das avenidas Interlagos e Gury Marques, no Bairro Doutor Albuquerque, na saída de Campo Grande para São Paulo, dia 1º de abril do ano passado. Ele se passou por comprador do Volkwsagen Golf anunciado pela vítima na internet, e a convenceu a levar o carro até a casa onde ocorreu o assassinato, no São Jorge da Lagoa.

Na residência, Erlon se encontrou com Rafael, o Tartaruga, e a adolescente de 17 anos, que o distraíam. Ele ficou aguardando um parecer dos bandidos que supostamente pagariam R$ 38 mil pelo veículo. Thiago entrou na casa, pegou um revólver emprestado por Jefferson e atirou na nuca da vítima que não teve tempo de reagir. Ainda vivo, o empresário teve o corpo enterrado em uma fossa de 4,5 metros, no quintal do imóvel.

Dias depois, vizinhos sentiram o odor vindo do buraco descoberta e acionaram a polícia. Todos os envolvidos foram encontrados e presos.

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