Volta às aulas em particulares tem crianças ansiosas e pais confiantes

Teve criança que acordou às 4h30 de hoje (31) de tanta ansiedade para a volta às aulas, que já está ocorrendo nas escolas particulares. O objetivo dos pequenos é rever amigos e professores e fazer novas amizades. Enquanto isso, os pais demonstram confiança nos protocolos de biossegurança, que continuam os mesmos já adotados pelas escolas no ano passado. Alguns levam os filhos já vacinados, outros são resistentes à imunização por acreditar que os estudos para produção da vacina são fracos.

Com nove anos de idade, João Henrique apressava a mãe, a pecuarista Ana Paula Silva Peres, de 49 anos, para entrar na Escola Harmonia, no início da manhã.

"Ele e a irmã, Maria Fernanda, de 7 anos, acordaram às 4h30 de tanta ansiedade. Acho que vai ser bom para eles esse retorno. Os protocolos são bastante eficientes. Para se ter uma ideia, nós não entramos na escola já faz dois anos, além de outras medidas de biossegurança”, disse a mãe.

“Vou rever a professora Maria Helena, que me deu aula no primeiro ano e vai ser minha professora esse ano também”, comentou João, em frente à escola, que fica no Bairro Jardim Bela Vista.

Mãe do Pedro, de 9 anos, e do Matheus, de 12, a servidora pública estadual, Suzana Daroli, de 47 anos, também demonstra bastante confiança nos protocolos de biossegurança. Um dos filhos estuda na unidade do Centro e outro na do Jardim Bela Vista. A escola tem quatro unidades com total de 1.350 alunos.

Ela conta que as escolas seguem os mesmos procedimentos do ano passado. “É segura essa volta, porque as crianças estão vacinadas e a escola tem adotado protocolo de biossegurança que transmite essa segurança para os pais levarem os filhos”, comenta.

Segundo Suzana, além do distanciamento, do uso de máscaras e de álcool em gel, os lanches são separados em sacolinhas com etiqueta e tem ainda um espaçamento de tempo nos horários de entrada e saída das crianças.

Muitos pais e mães acreditam que o retorno será tranquilo, porque a covid-19 tem se mostrado menos perigosa para as crianças. A servidora pública Juliana Pergolo, de 42 anos, deixou hoje a filha Manuela, de 6 anos, na escola para o primeiro dia de aula.

"Felizmente, o vírus não tem impacto tão grande nas crianças quanto nos adultos e, mesmo assim, a gente acredita que o protocolo adotado desde o início, como o uso do álcool, as máscaras, além de outras medidas, como aumento de número de salas para receber menos alunos em cada local, contribui para essa volta segura. O compartilhamento de lanche também não é permitido”, conta.

Segundo o diretor da Escola Harmonia, Daniel Martins, o colégio não exige comprovante de vacinação. "Os alunos, crianças, a partir do Ensino Fundamental, e colaboradores da escola devem usar máscaras. Alunos com coronavírus positivo deverão ficar em casa por sete dias", detalha.

Mãe de duas crianças, em frente ao Colégio Marista Alexander Fleming, uma administradora, que preferiu não se identificar, disse que um dos filhos não será vacinado.

"Não vou vacinar, porque não tem estudo o suficiente para vacinar criança. A minha menina, eu vacinei, ela tem 12 anos, e hoje eu me arrependo. Ela sente muito cansaço hoje, coisa que ela não sentia".

Na rede estadual, a volta às aulas está marcada para o dia 3 de março e nas municipais, o retorno será no dia 14 de fevereiro. A Capital tem 15 mil crianças e adolescentes vacinados de um público alvo de 90 mil, ou seja, 16% do total estão imunizados, segundo o secretário Municipal de Saúde, José Mauro Filho.