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Cidades

Com 3 balanças em 16 mil km de rodovias, excesso de peso circula livre

Aline dos Santos | 25/06/2016 10:09
Caminhões na balança de Coxim. (Foto: PC de Souza)
Caminhões na balança de Coxim. (Foto: PC de Souza)

O excesso de peso que redunda em desgaste do asfalto e buracos pode circular livre pelos 16,2 mil quilômetros de estradas de Mato Grosso do Sul. Nos 3.671 quilômetros de rodovias federais que cortam o Estado, somente a BR-163 têm balança rodoviárias. Nas vias estaduais, não há nenhum equipamento em operação.

Na BR-158, a falta do dispositivo para controle do peso da carga de caminhões foi parar na Justiça Federal. Na ação civil pública, o MPF (Ministério Público Federal), pede que o departamento seja condenado a instalar equipamentos de pesagem (móvel ou fixo) entre os municípios de Paranaíba e Aparecida do Taboado.

A medida é para “efetiva e permanente fiscalização, diretamente ou mediante convênio, do excesso de peso dos veículos que transitam no referido trecho rodoviário”. Na ação, apresentada em março deste ano, o Ministério Público alega que a via não têm condições seguras, com buracos, desníveis e falta de sinalização.

“E a implantação de base de operação de pesagem de veículos de carga é medida que contribui para a manutenção da rodovia, visto ser notório que o transporte de veículos com excesso de peso colabora relevantemente para a degradação da via”, aponta o Ministério Público.

Classificado na ação como “inerte”, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) informou que aguarda manifestação da direção nacional para que seja instaladas novos postos de pesagem nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul, mas não há data definida.

Na extensão de 50 km entre Paranaíba e Aparecida do Taboado, a BR-158 é corredor para transporte de eucalipto e gado. Com a via em péssimas condições, a PRF (Polícia Rodoviária Federal), no posto de Paranaíba, orienta que os condutores evitem viagem à noite.

O aporte da indústria da celulose em Mato Grosso do Sul mudou o perfil do transporte rodoviário. (Foto: Vanessa Tamires/Arquivo)
O aporte da indústria da celulose em Mato Grosso do Sul mudou o perfil do transporte rodoviário. (Foto: Vanessa Tamires/Arquivo)
MPF cobra na Justiça que balança seja instalada na BR-158. (Foto: Divulgação/ PRF)
MPF cobra na Justiça que balança seja instalada na BR-158. (Foto: Divulgação/ PRF)

Gigantes - O aporte da indústria da celulose em Mato Grosso do Sul mudou o perfil do transporte rodoviário. Entrou em cena os treminhão: veículo articulado com quase 30 metros de extensão e 44 toneladas. Contudo, o pavimento, quando feito, foi dimensionado para carga inferior. Em agosto do ano passado, a reportagem se se deparou com 106 caminhões destinados ao transporte de eucaliptos entre a Capital e Três Lagoas. 

Na BR-163, que tem 847 quilômetros e é o maior corredor da safra no Estado, são apenas três balanças. Duas ficam em Coxim (km 730) e uma em Rio Brilhante (km 324). Conforme a CCR MS Via, que administra a rodovia, está em fase de aprovação pela ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) projeto executivo de seis postos fixos de balança, conforme estabelecido pelo contrato de concessão. Os postos serão distribuídos por Naviraí, Nova Alvorada e Bandeirantes.

Sem previsão – Nas rodovias estaduais, não há atividade de controle de peso de veículo. “Mas existe disposição do governo, que é defensor dessa questão. Todo mundo entende a necessidade de balança. Mas envolve vários setores do governo, a questão balança envolve outros entes”, afirma o titular da Seinfra (Secretaria Estadual de Infraestrutura), Ednei Marcelo Miglioli.

A pasta atua na pavimentação e manutenção das rodovias, diretamente afetada pelo excesso de peso. O Estado tem 4.110 km de rodovias pavimentadas e 8.552 quilômetros de vias sem pavimentação.

A BR-163, que corta o Estado de Mundo Novo a Sonora, tem apenas três balanças. (Foto: ANTT)
A BR-163, que corta o Estado de Mundo Novo a Sonora, tem apenas três balanças. (Foto: ANTT)
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