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Cidades

Com apoio da PF, Funai entrará em fazenda "cadeada" por produtor em Iguatemi

Bruno Chaves | 04/07/2013 17:16
Rio Hovy dá acesso ao acampamento indígena(Foto: Divulgação/MPF)
Rio Hovy dá acesso ao acampamento indígena(Foto: Divulgação/MPF)

Os órgãos de assistência ao indígena – Funai (Fundação Nacional do Índio) e Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), entrarão na Fazenda Cambará, em Iguatemi, com o apoio de policiais federais. A estratégia foi definida nesta quinta-feira (4), após contato com a Delegacia de Polícia Federal de Naviraí.

Inicialmente, cogitou-se uma reunião entre equipes para definir como ocorreria a entrada na fazenda, já que o dono da propriedade rural não permite que a passagem seja feita por terra e, para ter acesso aos indígenas da comunidade Pyelito Kue, a Funai precisa recorrer ao Rio Hovy.

“Não houve reunião, mas fiz contato com a delegacia e nós estamos nos organizando para a próxima semana ir ao acampamento. A visita está marcada para o dia 12, mas pode haver alguma alteração”, disse o coordenador da Funai de Ponta Porã, Silvio Raimundo da Silva.

Segundo Silvio, a Funai vai ao acampamento para fazer a entrega de cestas básicas a cerca de 65 famílias, ou 300 índios, que ocupam a área desde 2011. “Essa entrega é feita de forma precária pelo rio”, afirma.

“A princípio, faremos uma formalização, ao proprietário rural, por meio de ofício. A entrega das cestas será acompanhada pela Polícia Federal. Caso o fazendeiro não colabore, outra media medida pode ser tomada”, conta.

Justiça – A desembargadora federal Cecília Mello, do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª região), afirmou que o fazendeiro dono da propriedade deve liberar o acesso dos órgãos de assistência ao indígena por terra. A decisão foi publicada ontem (3) pelo MPF-MS.

Desde 2011, quando os índios ocuparam 1 hectare da propriedade Cambará, a Funai enfrenta dificuldades em ter acesso ao grupo. Em outubro de 2012 e em março de 2013, decisões para que o fazendeiro liberasse a entrada da propriedade rural foram expedidas. Mesmo assim, o fazendeiro não atendeu as decisões da Justiça.

Ocupação – Em novembro de 2011, os indígenas ocuparam a área de 1 hectare da Fazenda Cambará. Eles se refugiaram no local, situado do outro lado do Rio Hovy, depois de ataque de pistoleiros ao acampamento montado por eles em estrada vicinal da região, em agosto do mesmo ano.

A situação dos Guarani teve destaque em todo o país quando os índios divulgaram uma carta em que se declaravam dispostos a morrer em vez de deixar as terras. Na época, a comunidade havia sido notificada do despejo pela Justiça Federal do Mato Grosso do Sul.

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