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Cidades

Com atraso e sem kits, estudantes da rede pública iniciam ano letivo

Kleber Clajus e Aline dos Santos | 19/02/2015 08:10
Alunos retornam as salas de aula com atraso de dez dias negociado por prefeituras (Foto: Marcelo Calazans)
Alunos retornam as salas de aula com atraso de dez dias negociado por prefeituras (Foto: Marcelo Calazans)
Secretária Estadual de Educação admite atraso decorrente de processo licitatório para adquirir uniformes e kits escolares (Foto: Marcelo Calazans)
Secretária Estadual de Educação admite atraso decorrente de processo licitatório para adquirir uniformes e kits escolares (Foto: Marcelo Calazans)
Bruna comemorou "fim do tédio" ao voltar aos estudos na Escola Lúcia Martins Coelho (Foto: Marcelo Calazans)
Bruna comemorou "fim do tédio" ao voltar aos estudos na Escola Lúcia Martins Coelho (Foto: Marcelo Calazans)

Cerca de 390 mil alunos das redes municipal e estadual retornam às aulas, nesta quinta-feira (19), sem uniformes e kits escolares. O ano letivo ainda sofreu atraso de dez dias por conta da crise financeira enfrentada pelos municípios, sendo o período reposto ao longo de cinco sábados em Campo Grande e 11 no Estado (sendo três com frequência dos alunos).

Ao deixar a filha de sete anos na Escola Arlindo Lima, o administrador Mário Túlio Violante, 43 anos, disse que a alteração no início das aulas foi positivo porque “não adianta vir e parar” pelo recesso de Carnaval. Já o uniforme é o mesmo do ano passado e cadernos, lápis e mochila foram comprados porque “nunca se sabe quando vai chegar”.

Luiza Acosta, 9 anos, estava radiante para reencontrar as amigas, mas preocupada sobre quantos sábados teria que retornar a escola. Vendedora e mãe da pequena, Rose Acosta, 36 anos, também teve que desembolsar os itens de estudo da filha.

Enquanto na rede municipal a entrega de uniformes e kits escolares deve ocorrer em março, nas escolas estaduais não há prazo definido por conta do processo de compra ainda estar sendo concluído.

Maria Cecília Amendôla, titular da Secretaria de Estado de Educação, justificou o atraso em decorrência dos “prazos legais a serem cumpridos [na aquisição]”. Ela ainda pontuou que o início das aulas demorou a pedido das prefeituras do interior que negociaram, por meio da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), calendário único para economizar com o transporte escolar. Apenas Dourados não aderiu a decisão e iniciou o ano letivo no dia 9 de fevereiro.

Quem retorna as escolas estaduais comemoram o “fim do tédio”, como é o caso da estudante Bruna Vieira, 17 anos, que cursa o segundo ano do Ensino Médio na escola Lúcia Martins Coelho.

Por outro lado, a cor verde a ser adotada nos uniformes não agrada e os sábados letivos já possuem previsão de salas mais vazias. “ No sábado não vai quase ninguém”, comentou Bruno Saffar, 17 anos, estudante do terceiro ano do ensino médio na escola Joaquim Murtinho.

Desafios – Ainda de acordo com Maria Cecília a evasão escolar será o principal desafio deste ano, uma vez que a pauta salarial dos professores está em negociação adiantada por acordo de integralização do piso nacional para 20 horas.

“O problema é que os meninos do ensino médio preferem trabalhar e precisamos pensar em um programa que os mantenha na escola”, pontuou.

Quanto a infraestrutura, 16 das 365 escolas passaram por reforma, tendo o trabalho sido concluído em 10 delas. O governo estadual também aguarda repasse federal para implantar 26 quadras esportivas, além de iniciar construção de dez novas escolas ao longo do ano.

Procurada pelo Campo Grande News a secretária Municipal de Educação da Capital, Ângela Brito, não retornou a ligação. Em Campo Grande, existem 94 unidades educacionais.

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