Com MS livre, Ministério da Saúde confirma 677 casos de sarampo no país
Surto no Amazonas e em Roraima contabiliza a grande maioria dos casos confirmados, em decorrência da chegada de venezuelanos
O Ministério da Saúde atualizou nesta quarta-feira (18) as informações repassadas pelos Estados sobre a situação do sarampo no Brasil. Confirmando que não existe nenhum caso confirmado, sob investigação ou mesmo notificado em Mato Grosso do Sul, foram apontados 677 registros positivos da doença e 2.724 sob análise. No total foram 3.586 notificações, com 185 suspeitas descartadas.
O governo federal reiterou que, no momento, o Brasil enfrenta dois surtos de sarampo, ambos na região Norte: no Amazonas (com 3.120 notificações, 444 casos confirmados, 2.229 investigações e 147 descartados) e Roraima (414 suspeitas notificadas, 216 confirmações, 160 apurações e 38 casos descartados).
Ambas as situações, conforme o Ministério da Saúde, envolvem casos importados da Venezuela, o que foi comprovado pelo genótipo viral identificado nas pessoas doentes –o mesmo que circula no país vizinho, de onde milhares de pessoas saíram diante da crise econômica e social.
Também foram relatados casos confirmados em Rondônia e São Paulo (um caso em cada Estado), Rio de Janeiro (7 casos confirmados e 33 sob investigação) e Rio Grande do Sul (10 confirmações e dois sob investigação).
Os dados se referem a informações computadas até terça-feira (17). O Ministério da Saúde informou que continua acompanhando os casos e prestando o apoio necessário. Além disso, antecipou que medidas de bloqueio de vacinação, mesmo diante de suspeitas, estão sendo realizadas em todos os Estados.
Reforço – O governo federal já confirmou que, entre 6 e 31 de agosto, realizará Campanha Nacional de Vacinação contra o sarampo e a poliomielite. Em Mato Grosso do Sul, 158 mil crianças estão entre o grupo prioritário, com idade de 12 meses a 5 anos, e 95% delas devem ser vacinadas.
A tríplice viral protege contra sarampo, caxumba e rubéola, sendo uma das 14 vacinas oferecidas gratuitamente pelo Programa Nacional de Imunizações –as doses são aplicadas aos 12 meses e aos 15 meses (quando o reforço inclui a vacina contra a varicela). Para crianças entre 5 e 9 anos de idade que perderam a oportunidade de serem vacinadas, é recomendada a aplicação de duas doses com um intervalo de 30 dias.
A VOP (Vacina Oral contra a Poliomielite), que protege contra duas variantes do vírus causados da doença, tem eficácia de até 95% e é administrada em três doses. Ela não é recomendada para crianças com imunodeficiência, neoplasias malignas, em tratamento com uso de corticoides em doses elevadas ou submetidas a terapias imunossupressoras (quimioterapia e radioterapia, entre outras) ou que registraram reação anafilática em dose anterior.
Eliminado – Em 2016 o Brasil havia recebido da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo, trabalhando agora para manter o título, por meio da contenção de surtos e impedir a transmissão sustentada (ocorrência do mesmo surto por mais de 12 meses).
De 2013 a 2015 ocorreram surtos envolvendo pacientes de outros países, com 1.310 casos da doença – maior número em Pernambuco e no Ceará, nos quais houve sucesso na contenção da doença. Em 2017, outro surto ocorreu em Roraima, também envolvendo venezuelanos, chegando a Manaus (AM) neste ano.