Conselho assume investigação contra ex-chefe do MPE citado na Uragano
A medida foi tomada após a demora na apuração dos fatos na corregedoria local e a falta de conclusão do procedimento.
O Conselho Nacional do Ministério Público tomou para si a responsabilidade de investigar o procurador de Justiça, Miguel Vieira. Foi julgado procedente ontem pedido de avocação do PAD (Procedimento Administrativo Disciplinar) que tramita no Ministério Público de Mato Grosso do Sul.
A medida foi tomada após a demora na apuração dos fatos na corregedoria local e a falta de conclusão do procedimento. O relator Adilson Gurgel ainda questionou o envio dos autos diretamente para o STJ (Superior Tribunal de Justiça).
O procedimento apura suposto envolvimento do procurador em esquema de corrupção e fraude em licitação pública, descoberta na operação Urugano. A ação, realizada pela Polícia Federal em setembro de 2010, revelou pagamento de propina envolvendo a prefeitura de Dourados, Câmara Municipal e empresários.
O escândalo político levou à renúncia do então prefeito Ari Artuzi, do vice Carlinhos Cantor e do presidente do Legislativo Municipal. Nos áudios, também foram citados os deputados federais Geraldo Resende (PMDB) e Marçal Filho (PMDB), a denúncia contra eles foi levada ao STF (Supremo Tribunal Federal)
O esquema foi gravado por Eleandro Passaia, que era secretário de Governo da prefeitura de Dourados. Em um dos vídeos, o então deputado estadual Ary Rigo disse que conseguiu livrar o prefeito de Dourados “juridicamente” de acusações e cita os nomes do desembargador Claudionor Abss Duarte e do ex-procurador chefe do Ministério Público Estadual, Miguel Vieira. O repasse só ao MPE seria de 300 mil reais ao mês.