De pichação até ser assaltado 25 vezes, morador cobra e PM faz ação
Moradores do Jardim Los Angeles e entorno cansados do alto índice de roubos, vandalismo, pichações e até da presença de usuários de drogas apresentaram, em reunião hoje de manhã (31), o cansaço e a insatisfação com onda de violência na região. Eles tiveram a oportunidade de falar diretamente com o comandante geral da Polícia Militar, coronel Carlos Alberto David dos Santos, que ouviu as dezenas de reclamações e prometeu uma ação enérgica no combate ao crime a partir de amanhã, 1° do mês de novembro.
“A situação que estamos vivendo aqui não é vida. E quem sente isso na pele sou eu, que sofri 25 assaltos e não vejo mais a presença constante de viaturas. Só quem tem um revólver apontado para a cabeça, que pode disparar a qualquer momento, sabe do que estou falando. O Estado tem uma arrecadação, inclusive para segurança, então esse é um basta e queremos uma solução das autoridades”, fala, emocionada, a empresária Darlene Santana Barbosa, 52 anos.
Sobre a avenida dos Cafezais, onde recentemente ocorreu uma morte por imprudência no trânsito, eles consideram “semelhante ao autódromo”. “Perdi clientes assíduos e que eram meus amigos pessoais por conta de acidentes nesta avenida. Eram pessoas idôneas, trabalhadoras, mortas por conta de embriagados e também pessoas que saem para fazer desordem”, afirma Barbosa.
Dono de uma barbearia no bairro Mário Covas há quatro meses e morador da região há seis anos, Jadson Yamasaki, 31 anos, diz ser testemunha da falta de policiamento e descaso na área da saúde. “As autoridades estão deixando muito a desejar na região. Durante o dia, aparentemente há tranquilidade, porém a noite evito até ir à pizzaria, aonde ia frequentemente, por conta de assaltos”, comenta Yamasaki.
Outra reivindicação, de quem percorre as ruas do Los Angeles como agente comunitária de saúde, é da Neide Zaguini Coelho, 56 anos. “Está ocorrendo há dois meses, na rua Afonso Celso, um baile funk que está tirando o sossego de todo mundo que trabalha e precisa descansar. Acontece aos sábados e a algazarra é enorme, com adolescentes usando drogas, pessoas embriagadas quebrando os comércios próximos e o 190 nunca manda ninguém”, fala Coelho.
A funcionária pública aposentada Luzimar Gonçales Vargas, 61 anos, fala que, não só pelo barulho, o baile funk também traz a presença de vândalos para a região. “É um perigo chegar um pouco mais tarde em casa, porque os carros ficam na frente, impedindo a passagem e qualquer discussão acaba em tiros. Não era assim há três anos, quando a presença da PM era constante, porém acabou a paz e os marginais estão voltando”, lamenta Vargas.
Nas vias principais, eles pedem redutores de velocidade, algo que eles garantem já ter sido solicitado em 10 ofícios enviados à prefeitura. Já a diretora da escola Valdete Rosa, no Jardim das Meninas, pediu um maior policiamento no horário de entrada e saída dos alunos, para diminuir o índice de roubos.
Força-tarefa – De acordo com as reivindicações, o Coronel David prometeu atender aos moradores. “Vamos fazer uma ação ostensiva da Polícia Militar no local, com planejamento. Sobre o bailes funk, algo que sou contra, temos que entender que existe primeiro uma autorização prévia para o funcionamento, então iremos tentar exigir as documentações para impedir festas ao ar livre”, comenta o comandante.
Sobre o grande número de usuário de drogas, muitos são “conhecidos” da Polícia. “Muitas vezes nosso militares levam um usuário para a delegacia e ele não permanece preso. Não é culpa da Polícia, nem do delegado, mas de uma lei frouxa que não mantém presas estas pessoas, gerando o consumo desenfreado e, em consequência, os furtos e outros crimes”, finaliza.