Defesa pede revogação da prisão e absolvição de ativista e ator Dudu
Dois advogados ingressaram, na quarta-feira, com novo pedido de revogação da prisão preventiva do ator, músico e ativista social Eduardo Miranda Martins, o Dudu, preso após as manifestações contra corrupção no dia 21 de junho deste ano. A defesa alega que ele era perseguido pela Guarda Municipal e insuficiência de provas para mantê-lo preso no Centro de Triagem.
O novo pedido foi protocolado pelos advogados de defesa Arnaldo Kalil e Rodrigo Batalha Rocha e está sendo analisado pelo juíza titular da 4ª Vara Criminal de Campo Grande, Kelly Gaspar Duarte Neves.
Eles argumentam que Dudu era perseguido pelos guardas municipais desde 24 de abril deste ano, quando participou de audiência pública sobre o armamento da Guarda Municipal de Campo Grande. Segundo depoimentos anexados ao pedido, os agentes municipais abordaram Dudu em várias ocasiões e ainda “visitaram” sua casa.
Além de pedir a revogação imediata da prisão preventiva de Dudu, os Rocha e Kalil pedem a sua absolvição ao julgamento final do caso por insuficiência de provas. E citam que ele foi preso durante a manifestação contra a corrupção, que reuniu 20 mil pessoas nas ruas da Capital.
“É notória a sua atuação de forma profícua em atividades ligadas ao teatro, à música e à dança, principalmente envolvendo os jovens, assim como atividades de cunho político social como ativista das causas ligadas aos menos favorecidos e dos artistas de Mato Grosso do Sul. Possui credibilidade inabalável perante diversos setores”, frisam, no pedido encaminhado à Justiça.
E emendam que Dudu “coordenou e participou de diversos eventos como o Festival das Culturas Populares, Cinema Livre, Vídeo Índio Brasil, Teatro no Ponto, Avá Marandú, Semana Brecht, Mídias Contemporâneas e Narrativas Populares, Campo Grande Meu Amor, além de ser professor de teatro no projeto “Casa de Ensaio”. Participou de diversas entrevistas e vídeos amplamente difundidos pela internet e televisão.”
“É muito conhecido nos meios sociais de Mato Grosso do Sul, fundamentalmente entre artistas, políticos, jornalistas, advogados, empresários, jovens, líderes comunitários e órgãos públicos”, destacam.
Histórico – Eduardo Miranda Martins está preso desde o dia 21 de junho deste ano. Ele foi flagrado, conforme a Polícia, com 23 papelotes de cocaína e 36,9 gramas de maconha.
A Justiça já negou o pedido de habeas corpus porque ele teria participado de ações para destruir o patrimônio público, como foi o caso do ataque à Câmara Municipal de Campo Grande. Dudu nega participação na tentativa de invadir o prédio do legislativo municipal e na depredação do patrimônio.
Os outros presos na manifestação já foram soltos.
Decisão – Nesta sexta-feira, o desembargador Carlos Eduardo Contar, da 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, negou pedido de habeas corpus solicitado pela defesa de Eduardo Miranda Martins.