Em reunião no Incra, José Rainha defende invasões de fazendas em MS
Ex-líder do MST (Movimento dos Sem Terra), coordenador das invasões em São Paulo e dos ativistas mais combativos do País, José Rainha Júnior veio à Capital para encontro com lideranças, na manhã de hoje (4), no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Ele defendeu o confronto, as invasões de propriedades rurais e a união de todos os movimentos sociais.
Rainha contou que veio apoiar e doar um pouco do conhecimento como integrante há 35 anos dos movimentos que defendem a reforma agrária no pais. Ele já liderou uma grande manifestação em 1991 no Mato Grosso do Sul. Ele disse que sabe da luta dos sem-terra no Estado desde essa época.
"Temos que entender que não há outra maneira sem se confrontar e invadir. Vai chegar em um momento que não terá o que fazer e vocês procuradores do Incra terão que voltar ao Estado para negociar as invasões, porque a única forma de conquistar é invadindo", ressaltou, diante dos dirigentes do órgão no Estado.
Ele voltou a criticar que Mato Grosso do Sul é dominado pelo agronegóciio. Condenado a 28 anos de prisão por vários crimes no Pontal de Paranapanema, em São Paulo, ele disse que tem orgulho da pena e dos 13 anos de prisão. "Nunca trai o movimento", destacou.
"Temos que ser mansos como carneiros, mas vorazes como os lobos. Precisamos esquecer o ego 'eu' e saber que as terras são para o grupo. Devemos conquistar juntos, a união faz a força. Não há outra saída do que ir para o pau, além do limite da lei", enfatizou, sob aplausos. O líder cobrou ética e dignidade dos que participam dos movimentos sem-terra.
Ele também não poupou a presidente da República, Dilma Rousseff (PT). Ele até já prevê a derrota do PT nas próximas eleições e organiza os movimentos para enfrentar um "governo da direita" em 2018.
O encontro reuniu assentados e procuradores do Incra. Eles discutiram as reivindicações do setor. Os sem-terra prometeram apresentar uma relação de terras que serão vistoriadas pelo Incra e que podem ser destinadas para a reforma agrária em MS. A prioridade é retomar o assentamentos em 2016.
Estiveram representantes de movimentos como: FNL (Frente Nacional de Luta Campo e Cidade), MSTB (Movimentos dos Sem Terra do Brasil),MASC (Movimento Agrário Cristão),OLT (Organização de luta pela Terra), além de sindicalistas dentre outros.