Concurso do INSS neste domingo tem 1.511 candidatos por vaga só em Campo Grande
Das 1000 vagas no país, 22 são para o Estado, sendo 11 para Campo Grande e 11 para Dourados
Candidatos de várias cidades do interior de Mato Grosso do Sul se aglomeravam no final da manhã deste domingo (27), buscando uma sombra enquanto esperavam a abertura dos portões para a concurso de Técnico do Seguro Social do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), prevista para o meio-dia (horário local).
Em todo o país 1.023.494 de pessoas se inscreveram para a prova que tem 1000 vagas e salário de R$ 5.905,79. Em Mato Grosso do Sul são 22 vagas, sendo metade para Campo Grande e outra metade para Dourados. Destas 11 vagas cada, oito são para o público geral, uma para pessoa com deficiência e duas para negros.
Campo Grande é uma das 15 cidades com maior concorrência no Brasil. Só para a Capital a disputa era de 16.621 candidatos para as 11 vagas, concorrência de 1.511 candidatos por vaga aqui na Capital. O certame realizado pela Cebraspe contará com uma prova objetiva de 50 questões de conhecimentos básicos e outra avaliação objetiva com 70 questões de conhecimentos específicos.
A entrada dos candidatos para a prova foi restrita a grupos e horários. A cada 15 minutos número de candidatos era permitido acessar as salas de prova para evitar a aglomeração por conta da pandemia.
Na Avenida Ceará, em frente a Uniderp, candidatos ansiosos chegaram cedo para garantir presença no concurso. Um ônibus de Corumbá, a 428 km da Capital, trouxe 48 candidatos para a prova. O grupo pagou R$ 200 pela passagem de ida e volta, saindo da Cidade Branca às 2h30.
A estudante de engenharia de produção, Carla Mileni, 28 anos, estava dentro do veículo. “Há dois anos estou estudando e é uma conquista vir de tão longe e tentar ser aprovada neste concurso”, disse ela. O grupo parou na metade do caminho até a Capital e foi orientado a comprar lanche extra para trazer para o concurso, já que não almoçaram.
Todos buscam a estabilidade da carreira pública. O administrador Felipe Jaime Benites, 37 anos, está desempregado e está há um ano estudando para este dia. “Essa é uma oportunidade única. Está difícil empresa privada. Eu sei que passar é muito difícil, mas vale a pena se vier a aprovação.”
Cristiane Servim Ortiz, 31 anos, é estudante de fisioterapia e estudou há dois meses para a prova. “Será bem difícil, porque são tempos diferentes que o INSS tem passado. Muita tecnologia nova no meio de serviços que a previdência tem aplicado”, justificou ela que chegou com 1h20 de antecedência para ficar mais tranquila e evitar intercorrências no caminho.
Já Ariane Ozene, 38 anos, é concurseira desde 2014. “A expectativa é muito grande porque já estudo há muito tempo e sinto que vou passar. Agora dá um pouco de ansiedade, mas é isso que quero pra minha vida. A segurança de um emprego público para fazer as coisas que eu gosto, como viajar. Saindo daqui já estou me preparando para o próximo.”
O aposentado Osmar Andrade, 66 anos, aproveitou o movimento de candidatos para vender doces, caneta, água e refrigerantes. “Cheguei aqui às 7h e às 9h não tinha mais nenhum salgado que eu trouxe. Os fiscais das provas chegaram e compraram tudo. Sempre venho aqui para ganhar um dinheirinho extra.”
Os candidatos que farão prova na UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) estavam bem nervosos e sabiam da dificuldade da concorrência. O advogado, João Emílio Barbosa Della Santa, 30 anos, tremia durante a entrevista. “Eu comecei a me preparar para concursos logo que me formei, em 2015. Meu foco era tribunais do trabalho e justiça, já fiz concurso em vários estados, São difíceis e concorridos. Fui tentando tudo que aparecia e não tive êxito em nenhuma por causa da ansiedade”, lamentou.
Mas mesmo assim, ele vence a sensação e vai para o desafio da prova porque tem sonhos. “Cada prova que eu faço pra mim é um aprendizado. Ao meu ver preciso entender a banca, como cobra, como vê. O que derruba a pessoa é o português, a interpretação derruba, por isso a leitura enriquece o vocabulário. Meu objetivo é fazer uma prova com calma, porque eu estudei e espero que faço uma boa nota, mas primordial é conhecer a banca.”
Com a instabilidade no país e um futuro econômico incerto, a estudante Ludmilla Karen Vaz Almeida, de 20 anos, também estava disputando uma das 11 vagas na Capital. “Me preparei bastante, mas está dando muito nervosismo. Já passei mal duas vezes. Estou fazendo porque procuro algo que eu goste mais, porque me arrependi de fazer engenharia e também pela estabilidade que um concurso oferece. Está bem concorrido, mas acredito que vou me sair bem”, ressaltou.
Após um ano e meio estudando, Mayara Areco Pereira, 35 anos, estava na expectativa da abertura dos portões. “Passei muito tempo me preparando e faz tempo que o pessoal estava aguardando. Fácil nunca é, mas acredito que vou me sair bem. Estou fazendo por todas as vantagens que o cargo oferece e pela situação atual do país. Ser concursado também nos traz estabilidade em tudo.”
Divulgação dos gabaritos oficiais definitivos e do resultado final nas provas objetivas e de convocação para avaliação biopsicossocial e para o procedimento de heteroidentificação está prevista para o dia 22 de dezembro deste ano, conforme o edital.