Sete trabalhadores indígenas são salvos de escravidão em propriedade rural
Da etnia Guarani-Kaiowá, homens foram encontrados por auditores-fiscais do trabalho em Porto Murtinho
Tomando água turva e com mau cheiro, se banhando em pequenas lagoas e precisando caçar para comer alguma proteína, sete indígenas Guarani-Kaiowá foram resgatados por auditores fiscais do trabalho, da Superintendência Regional do Trabalho no Mato Grosso do Sul.
Eles estavam em uma propriedade rural em Porto Murtinho e trabalhavam em condições análogas à escravidão. A ação identificou ainda um adolescente de apenas 15 anos sendo explorado nas mesmas situações.
Os indígenas não tinham registro na carteira de trabalho e foram submetidos a trabalho e alojamento degradantes. Eles eram obrigados a fazer cercas e aplicar agrotóxicos sem qualquer equipamento de proteção. Comiam apenas arroz, feijão e óleo que foi fornecido no local.
Todos foram contratados por um “gato”, nome comumente utilizado para designar a pessoa que intermedeia irregularmente o emprego, em uma aldeia da cidade de Amambai. “A aldeia fica em local de difícil acesso, a cerca de 400 km da fazenda, o que ajudava a manter os trabalhadores na propriedade”, afirma o auditor fiscal do trabalho que participou da operação, Kleber Pereira de Araújo e Silva.
Os indígenas foram levados de volta para a aldeia e receberam verbas rescisórias, de cerca de R$ 13.500, além das guias de seguro-desemprego, no valor de três parcelas de um salário mínimo cada.