Entre “satisfação” e desgaste, presidente da Agepen nega crime
Um dos alvos da operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), o diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), Ailton Stropa, lamentou o desgaste pela ação, que fez buscas em suas duas casas e local de trabalho, mas exaltou que será oportunidade de mostrar que é honesto.
“Vimos a ação com muita satisfação, é uma forma de esclarecer todo e qualquer problema. Tenho uma vida, uma carreira e uma família para honrar. Sempre fui uma pessoa honesta”, diz Stropa, que confidenciou aos jornalistas que até avalia se valeu à pena ser diretor-presidente da Agepen. No comando da agência desde abril de 2015, Stropa é advogado e juiz aposentado.
Nesta sexta-feira (dia 27), o Gaeco cumpriu mandados de busca e apreensão nas casas dele em Campo Grande e Dourados (onde mora sua esposa). De acordo com ele, nada foi localizado. “Meu dinheiro transita em contas bancárias”, afirma. À imprensa, ele relatou que denunciou irregularidades quando assumiu o comando da agência e não soube informar o período investigado. “Mando apurar, doa a quem doer”.
Sobre afastamento dos investigados, que inclui outros diretores da Agepen, Stropa diz que a decisão é do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). “Certamente, o governador vai avaliar se é conveniente ou não a minha permanência. Eu fico tranquilo”.
Durante a ação na Agepen, foi chamado um chaveiro para abertura de um cofre. Conforme Stropa, a chave estava com om diretor de operações, atualmente em férias. Desta forma, ele sugeriu que chamasse um chaveiro ou levasse o cofre apreendido.
Diretoria - Com sete mandados de busca e apreensão, a operação, batizada de GIRVE em alusão a um curso sob suspeita, mira a direção da Agepen. A ação apreendeu os celulares do presidente da agência e de diretores. Na residência de um deles, foi apreendido R$ 90 mil em dinheiro.
De acordo com nota do MPE (Ministério Público Estadual), foram alvos de “busca e apreensão os titulares da Presidência da AGEPEN, da Diretoria de Assistência Penitenciária (DAP), da chefia da Divisão de Estabelecimentos Penais (DEP), da Diretoria de Operações (DOP) e a Chefia de Divisão de Trabalho”.
Os cargos são ocupados por Gilson de Assis Martins (DAP), Reginaldo Régis (DOP), Mauro Levermann (DEP) e Rossandro Ramalho (Divisão do Trabalho).
Os mandados foram cumpridos nas residências dos diretores investigados, localizadas em Aquidauana, Dourados e Campo Grande, e no local de trabalho.
O Gaeco investiga irregularidades durante a realização do GIRVE – Curso de treinamento para intervenção rápida, contenção, vigilância e escolta do sistema penitenciário. O curso foi realizado em abril de 2016 na Capital o diretor-presidente nega irregularidade.
As ordens para busca e apreensão são do juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, o Carlos Alberto Garcete de Almeida. São investigados os crimes de peculato, falsidade documental e corrupção. Com malotes, as equipes do Gaeco deixaram a Agepen, no bairro Coronel Antonino, ao meio dia. Parte do trabalho foi acompanhado pela promotora Cristiane Mourão, coordenadora do Gaeco.
Corumbá - Na última segunda-feira (dia 23), a operação Xadrez cumpriu 12 mandados de busca e apreensão, um de condução coercitiva e nove de prisão temporária.
A ação foi resultado de uma investigação por tráfico de drogas, associação para o tráfico, corrupção, peculato e falsidade documental em Corumbá, localizada a 419 quilômetros de Campo Grande. Foram presos os diretores dos presídios de regime fechado e aberto.