Golpe contra herança inclui laranjas e sentença suspeita
A Operação Vitruviano, desenvolvida pela Polícia Federal em Mato Grosso do Sul para investigar um golpe contra o espólio do milionário Olympio José Alves, identificou que o ex-major da Polícia Militar Sérgio Roberto de Carvalho utilizou-se de laranjas para comprar uma usina de álcool em Juscimeira (MT).
O negócio foi fechado por R$ 200 mil. Na sequência, os integrantes da quadrilha chefiada por Carvalho usou outra operação fraudulenta para alegar que eram credores do milionário, a quem teriam vendido a empresa.
No mesmo ano, conseguiram uma decisão favorável em Mato Grosso do Sul, dada pela juíza Margarida Weiler, que este ano foi aposentada compulsoriamente pelo Tribunal de Justiça, após várias polêmicas envolvendo sua atuação.
Apesar de o suposto negócio ter sido feito no Mato Grosso, os laranjas de Carvalho foram à Justiça em Anaurilândia, alegando que venderam a usina para Olympio, já falecido, e que não teriam recebido o valor. Na ação, os credores aparecem como Aristides Martins e Teresa Jesus da Silva.
O processo informa que a negociação foi feita com um procurador de Olympio, identificado como Eraldo Gomes da Cruz. A procuração dada a ele, em um cartório do Paraná, foi questionada pelos advogados do espólio de Olympio José Alves.
A causa foi estimada em R$ 997 milhões. Em junho de 2007, decisão polêmica da juíza Margarida Elisabeth Weiler determinou o pagamento de R$ 3,9 milhões aos autores da ação, valor que já estava depositado em uma conta judicial.