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Cidades

Após 4 ordens de despejo, índios anunciam "morte coletiva" em Japorã

Aliny Mary Dias | 14/12/2013 09:47
Aldeia Porto Rico. (Foto: Aty Guassu)
Aldeia Porto Rico. (Foto: Aty Guassu)

Apesar das quatro ordens da Justiça Federal de Naviraí, expedidas na quinta-feira (12), e que obrigam os cerca de 4 mil indígenas a desocuparem fazendas do Sul do Estado, os guarani-kaiowá afirmaram em carta que irão resistir e já anunciam morte coletiva.

O documento foi divulgado pelo Conselho Aty Guassu e expressa a indignação dos indígenas que vivem na região de Japorã, distante 487 quilômetros da Capital.

A terra denominada Yvy Katu é motivo de brigas judiciais há mais de 10 anos. Para os índios, as decisões favoráveis aos ruralistas significam que a “Justiça do Brasil está mandando matar todos nós índios”, afirma o texto.

Os índios afirmam que querem morrer juntos e que devem ser enterrados no mesmo local e a decisão é definitiva. “Solicitamos ainda à presidenta Dilma, à Justiça Federal que decretou a nossa expulsão e a morte coletiva para assumir a responsabilidade de amparar e ajudar as crianças, mulheres e idosos sobreviventes aqui no Yvy Katu que certamente vão ficar sem pai e sem mãe após a execução do despejo pela força policial”, expõe a carta.

Diante da afirmativa de que irão lutar e resistir ao envio de forças policiais que devem ser encaminhadas ao local para cumprir as ordens da Justiça, os guarani explicam que deram início a um ritual religioso raro que diz respeito a despedida da vida da terra.

Uma das lideranças da região, Estevão Freitas, 47, disse ao Campo Grande News que os rituais estão sendo praticados por todos os indígenas e que se resumem a rezas. “Estão todos preparados, nos cremos nisso e começamos a nos preparar para deixar a vida. Tudo isso por causa das armas de fogo dos brancos”, explica o líder.

O conselho encerra a carta dizendo que os índios não irão recuar e que preferem morrer no campo de batalha.

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