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Cidades

Impasse continua em fazenda reivindicada por índios em Sidrolândia

Paula Vitorino | 15/05/2011 10:13
Ìndios invadiram semana passada área de fazenda já identificada como terra deles. (Foto: João Garrigó)
Ìndios invadiram semana passada área de fazenda já identificada como terra deles. (Foto: João Garrigó)

Os índios terenas continuam acampados na fazenda 3R e nas imediações, em Sidrolândia, sem previsão para que a área seja desocupada. A expectativa dos fazendeiros e da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) é de que nesta segunda-feira seja marcada a data para a audiência com a diretoria de Assuntos Fundiários da Fundação, em Brasília.

“Vamos agilizar todo o processo necessário amanhã. A audiência em Brasília deve ser agendada em caráter de urgência”, disse o representante da FUNAI, Jorge Neves.

Ele adiantou que deverá ser feito um novo levantamento para analisar o valor de indenização para a desapropriação das áreas demarcadas. Os indígenas lutam por cerca de 17 mil hectares, distribuídos em três fazendas na região.

Na última sexta-feira (13), o procurador da República em Mato Grosso do Sul, Emerson Kalif Siqueira, esteve na Fazenda 3R para tentar negociar a desocupação de forma pacifica. Ele informou que deve fazer outra visita ao local nesta semana e só irá se pronunciar sobre as novas providências por meio de uma nota à imprensa, para não “comprometer a confiança” dos indígenas.

Os terenas estão na fazenda desde terça-feira à noite, quando invadiram a propriedade para reivindicar que o processo de demarcação seja acelerado. São cerca de mil indígenas no local.

Conflitos - O proprietário da fazenda Buriti – vizinha da área invadida, Edmundo Bacha, afirmou que “não vou sair daqui, vou ficar o tempo que for preciso”. Ele teme que sua fazenda também seja invadida, caso saia do local, mas acredita que a situação possa ser resolvida sem maiores conflitos.

D

e acordo com o proprietário, alguns terenas bloquearam parcialmente a ponte da estrada vicinal que dá acesso as propriedades da região, como também às aldeias.

“Um taxista veio buscar a mulher de um funcionário e contou que teve de voltar, esperar e só depois de quase 1h conseguiu passar. Ele chegou com as pernas bambas”, diz.

No entanto, o representante da FUNAI nega as interdições. “Fiquei ontem o dia todo lá, só vim embora hoje de madrugada e não teve nada de interdição”, afirma.

O fazendeiro conta que os indígenas estão armados de espingardas e outras armas. “Ficam sempre aterrorizando pela região”, diz.

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