Incêndio na boate Kiss matou uma de MS e mudou postura dos bombeiros
O dia 27 de janeiro deste ano ficou marcado pela tragédia que comoveu o país. O incêndio na boate Kiss matou 242 jovens e feriu 116 pessoas, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Uma das vítimas foi a sul-mato-grossense Ana Paula Rodrigues, 21 anos, que estava passando férias na cidade, a convite de um casal de amigos. Ana Paula, que morava em Mundo Novo, chegou a ser levada para hospital de Cachoeira do Sul (RS), mas não resistiu ao ferimento e morreu.
O incêndio começou por volta das 2h30 no palco da casa noturna depois que um integrante da banda Gurizada Fandangueira, que fazia show no local, lançou um sinalizador, cuja utilização é permitida somente em ar livre. No inicio tentaram apagar o fogo com um extintor, mas o equipamento não funcionou.
Com material altamente inflamável, que revestia o teto da boate, o fogo se alastrou rapidamente causando pânico e desespero. No local que deveria receber no máximo 691 pessoas, estavam cerca de 800. No inicio do incêndio, algumas pessoas coseguiram deixar o lugar.
Mas depois, muita gente foi pisoteada e morreu tentado deixar a boate pela única porta de saída. As primeiras pessoas que coseguiram sair acionar o Corpo de Bombeiros. Na tentativa de conseguir outra saída, dezenas de jovens entraram no banheiro, onde morreram empilhadas. Buracos na parede foram abertos, na tentativa de ajudar as pessoas que estavam no local. A maioria das vítimas morreu por asfixia.
No final da manhã daquele dia triste, foi encerrada a remoção das vítimas. Os corpos foram levados em um caminhão da Brigada Militar para um ginásio da cidade, onde seriam reconhecidos por familiares.
Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira).
Punição - A Polícia indiciou 16 pessoas e responsabilizaram outras 12. O Ministério Público denunciou oito pessoas, quatro por homicídio, duas por fraude processual e duas por falso testemunho. A Justiça aceitou a denúncia.
Os envolvidos no caso são réus e serão julgados. Dois proprietários da casa noturna e dois integrantes da banda foram presos nos dias seguintes à tragédia, mas a Justiça concedeu liberdade provisória aos quatro em 29 de maio. Com informações do site Terra e G1 do Rio Grande do Sul.
Fiscalização - Depois da tragédia de Santa Maria, foi aprovada no dia 10 de abril deste ano em Mato Grosso do Sul, a Lei Estadual º 4.335, que estabelece critérios para o funcionamento de casas noturnas. Por conta disso, o Corpo de Bombeiros tem mais autonomia e tem intensificado as vistorias e fiscalizações em casas noturnas, clubes sociais, associações de classe, salões de festa e locais de concentração de público.
A ação quer minimizar os riscos decorrentes por falta de projeto de Segurança Contra Incêndio e falta de equipamentos preventivos. As saídas de emergências, calculadas conforme a legislação, também passou a ser vistoriadas.