Índios fecham BR-163 desde as 4h para exigir demarcação de terra
Os índios terenas que interditam desde as 4h a BR-163, próximo a Jaraguari, cobram que a Funai (Fundação Nacional do Índio) agilize o processo de demarcação de terras na aldeia Buriti, entre os municípios de Dois Irmãos do Buriti e Sidrolândia.
Cerca de 300 índios estão no local. A pista foi fechada com pneus e no acostamento há uma fogueira para espantar o frio. No ponto do bloqueio, só estão os indígenas e a PRF (Polícia Rodoviária Federal), que travam negociação.
O local do protesto foi isolado por barreiras policiais, tanto no sentido Campo Grande a Cuiabá, quanto no caminho inverso. A partir da Capital, a primeira barreira policial é no anel viário, próximo ao bairro Nova Lima. A segunda barreira foi montada a 200 metros do ponto de interdição.
Conforme a PRF, o congestionamento no sentido Cuiabá a Campo Grande passa de 10 km. A rodovia federal tem grande fluxo de veículos, com predomínio de carretas.
Exigência - Lideranças, Antônio Aparecido e Jânio Reginaldo falam em nome do grupo. De acordo com eles, os índios exigem a demarcação da área, já reconhecida pelo governo federal como terra indígena.
Segundo eles, não foi montado nem o grupo de trabalho que será responsável pela demarcação. A coordenação da Funai informou à policia que mantém diálogo com o órgão em Brasília para apresentar propostas ao grupo. Alguns índios estão com arco, flecha e borduna (espécie de cassetete).
Localizada a 30 km de Sidrolândia, a Buriti é formada por um complexo de nove aldeias, com quatro mil pessoas vivendo em 2 mil hectares. O grupo reivindica os 17 mil hectares já identificados como terra indígena desde 2010.
Há uma semana os indígenas deflagram um processo denominado de retomada, com a invasão da fazenda 3R. Ontem, a justiça federal determinou que os terenas saiam da propriedade rural.
Moeda de troca – Na negociação, a imprensa é utilizada para liberar o trânsito parcialmente. Após a chegada da equipe do Campo Grande News, o tráfego foi liberado nos dois sentidos por 20 minutos.
A estratégia é ir liberando o trânsito até que veículos de imprensa, retidos no bloqueio, alcancem o protesto. Ambulância e ônibus têm trânsito livre.