Acaba em confusão reunião convocada por reitora temporária da UFGD
Mirlene Damázio anulou reunião do dia 26 e convocou outra para hoje, mas sala escolhida não cabia todo mundo
Mais uma vez, terminou em confusão a tentativa da reitora temporária Mirlene Damázio em reunir o Couni (Conselho Universitário) da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados).
Depois de anular o ato do dia 26 de setembro, quando guardas municipais e policiais militares e federais foram chamados para o prédio da reitoria, ela tentou fazer a reunião nesta manhã, mas de novo houve tumulto, como mostra vídeo abaixo. Mirlene cancelou a reunião e deixou a sala com seus pró-reitores.
Estudantes, professores e funcionários administrativos não aceitam a decisão de Mirlene de cancelar a reunião do dia 26, quando ela não participou, mesmo sendo presidente do Couni. Ação foi impetrada na Justiça Federal pelo sindicato dos docentes pedindo liminar para reconhecimento da validade da sessão do dia 26, mas o juiz da 2ª Vara Federal em Dourados ainda não se manifestou.
Nesta manhã, Mirlene abriu a reunião em uma sala pequena na unidade I da UFGD, na Rua João Rosa Góes, área central de Dourados. Avisou que, devido ao espaço pequeno, só os conselheiros e alguns representantes dos estudantes poderiam entrar.
Interventora - Acadêmicos, professores e servidores administrativos se concentraram no lado de fora e começaram a entrar na sala. Alguns conselheiros sugeriram que a reunião fosse transferida para o anfiteatro, mas a reitora temporária não aceitou. Com o espaço superlotado, Mirlene cancelou a reunião e se retirou.
Mesmo com o cancelamento, integrantes da comunidade acadêmica permanecem na sala e chegaram a propor que fosse votada a destituição de Mirlene Damázio do cargo. O Couni é formado por 43 representantes da comunidade acadêmica e da comunidade não universitária.
Mirlene enfrenta protesto desde que foi nomeada como reitora temporária, em 10 deste ano. Na reunião do dia 26, o Couni emitiu nota em que afirma não reconhecê-la como reitora da Universidade, “tendo em vista que a lista tríplice da eleição para a reitoria está válida juridicamente”.
O Couni afirma que a manutenção da professora como reitora pró-tempore “não respeita a escolha democrática da comunidade acadêmica” e que a decisão do MEC foi tomada sem diálogo com estudantes, professores e técnicos.
“Como órgão máximo de uma instituição de educação, o Couni não poderia deixar de expressar que essa indicação representa, também, oposição às premissas basilares de uma instituição educacional comprometida com o processo formativo, crítico e inclusivo, que valorize a diversidade e a pluralidade e que, dessa forma, fomente a construção de uma sociedade, efetivamente, democrática”, disse nota emitida no dia 26.
Na mesma data, o Couni aprovou o envio de ofício ao Ministério da Educação cobrando a nomeação do professor Etienne Biasotto como reitor. Ele venceu a eleição interna feita em março e encabeçou a lista tríplice enviada ao MEC. O MPF (Ministério Público Federal) entrou com ação questionando a lista, já que os outros dois indicados não tinham participado da eleição interna.
No dia 10 de junho, alegando que a lista tríplice estava na Justiça Federal, o ministro da Educação Abraham Weintraub nomeou Mirlene Damázio como reitora temporária, chamada de “interventora” pela comunidade acadêmica.
Os opositores a Mirlene afirmam que a demanda jurídica alegada pelo MEC foi resolvida, já que no dia 13 de agosto, o juiz Moisés Anderson Costa Rodrigues da Silva, da 1ª Vara Federal em Dourados, julgou improcedente a ação do MPF contra a lista tríplice.
Veja abaixo o vídeo gravado na reunião, cancelada pela reitora: