Advogado vai recorrer pedindo retirada de índios
O advogado Armando Albuquerque, que representa o proprietário da fazenda ocupada pelos índios guarani-kaiowá em Iguatemi, a 466 quilômetros da Capital, disse que vai recorrer da decisão da Justiça Federal que manteve o grupo na propriedade. A decisão da desembargadora Cecília Melo do TRF3 (Tribunal Regional da 3° Região) que determinou a permanência dos índios na aldeia Pyelito Kue, proferida na semana passada deve ser publicada no Diário Oficial nesta terça-feira (6) e a partir de então começa o prazo para que a defesa do fazendeiro recorra.
Ele vai questionar a decisão da desembargadora e pedir que seja mantida a sentença da Justiça Federal de Naviraí. “A decisão dela (da desembargadora) tomou como base uma portaria da Funai que pedia o mapeamento” , afirmou. O advogado do proprietário da fazenda Cambará também questiona o número de indígenas que ocuparam a área e que, segundo ele, é de 40 pessoas enquanto o número apontado pela Funai é de 180.
Decisão anterior mandava os 160 indígenas sairem da propriedade rural, sob multa de R$ 500 por dia de descumprimento da ordem.
A propriedade tem 762 hectares e a decisão do TRF3 determinou que os guarani-kaiowá permaneçam em uma área de 10 mil metros quadrados.
Segundo a defesa do produtor rural, será pedido também um interdito proibitório, que é uma medida preventiva que impediria novas ocupações, para 30 fazendas ao redor da Cambará.
No entendimento do advogado, há “outros interesses” na região, inclusive possíveis reservas de petróleo e água mineral.
Força Nacional- Para evitar conflitos, duas equipes da Força Nacional se revezam no patrulhamento da região de Iguatemi. As equipes foram deslocadas de Amambai e Ponta Porã no dia 30, depois que a situação dos indígenas ganhou repercussão nacional, e fazem rondas preventivas nas proximidades das áreas .
O trabalho das equipes é circular na área de conflito e nesta segunda-feira (5) as equipes estavam na estrada que dá acesso a fazenda Cambára. Até o momento, as equipes não precisaram intervir porque não houve qualquer tipo de conflito.