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Interior

Animais "sequestrados" pela Justiça estão morrendo no sítio do ex-prefeito de Dourados

Marco Antonio Brito | 19/08/2011 19:31

Artuzi diz que resolveu não tratar mais dos animais porque a responsabilidade é da Justiça

Animais estão abandonados e morrendo no sítio sequestrado pela Justiça. (Foto: Douranews)
Animais estão abandonados e morrendo no sítio sequestrado pela Justiça. (Foto: Douranews)

Gado e porcos sequestados pela Justiça estão morrendo de fome e apodrecendo no pasto, na propriedade do ex-prefeito Ari Artuzi, localizada nas imediações do Distrito Industrial de Dourados. O problema começou depois que o desembargador Manoel Mendes Carli determinou o sequestro dos bens do ex-prefeito, em setembro do ano passado, quando Ari Artuzi se encontrava detido no Presídio Federal de Campo Grande, depois de ter sido acusado junto com vários vereadores de integrarem uma quadrilha que teria sido responsável pelo desvio de aproximadamente R$ 35 milhões dos cofres públicos do município. O processo foi instaurado pela juíza Dileta Terezinha e as ações desencadeadas pela Polícia Federal, durante a operação Uragano.

Com uma dívida que já passa dos R$ 150 mil, adquirida junto ao Banco do Brasil, e outros R$ 6 mil, na loja onde o ex-prefeito costumava comprar rações para o gado, Artuzi alega não ter dinheiro para custear o tratamento dos animais, que teriam sido comprados em nome de "laranjas", conforme ficou apurado durante as investigasções da operação Uragano. "Não tem pasto, ração ou qualquer outro tipo de alimentação para bois e vacas", disse ele em entrevista ao Douranews. Segundo o ex-prefeito, 30 cabeças de gado já teriam sido perdidas.

Procurado pelo Campo Grande News na tarde de hoje (19) o ex-prefeito, a princípio, disse que não queria falar sobre assunto. Porém, acabou confirmando que os animais estão morrendo, mas se eximiu da responsabilidade alegando que o gado é da Justiça. "Quem tem de cuidar é a Justiça. Quem tem de alimentar e vender é a Justiça. Só espero receber a propriedade de volta como era", disse Artuzi.

"Não paguei nada" - Também apontado como responsável pelos problemas no Projovem Trabalhador de Dourados, que está sob investigação do MPF depois das denúncias de existência de alunos fantasmas e do uso de nomes de alunos para a abertura de empresas, Ari Artuzi alegou inocência no processo. O ex-prefeito confirmou que contratou o programa e a Fundação Biótica para a execução dos trabalhos, porém, alegou que não pagou nenhuma das parcelas. "Quem assumiu foi a Délia (Délia Razuk)", disse ele. "Em minha administração não pagamos nada".

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