Amigo de jogador é mais um aliado de Pavão eliminado pela "concorrência"
Celso Maldonado, o “Maracanã”, também tinha ligações com narcopiloto executado ano passado em Ponta Porã
O paraguaio Celso Maldonado Duarte, 46, o “Maracanã”, executado com pelo menos 35 tiros de fuzil na noite de ontem (28) na fronteira, é mais um aliado do narcotraficante sul-mato-grossense Jarvis Gimenes Pavão eliminado pela concorrência. Desde que foi expulso do Paraguai e levado para o Presídio Federal de Mossoró (RN), Pavão viu vários de seus sócios serem mortos na guerra travada entre grupos rivais pelo controle do tráfico de drogas na Linha Internacional.
Celso Duarte foi morto por volta de 22h em sua casa em Capitán Bado, cidade paraguaia vizinha de Coronel Sapucaia (MS), a 400 km de Campo Grande.
Ele era amigo do jogador de futsal Fabio Anibal Alcaraz Arguello, o Cacho, 38, ferido com cinco tiros no mesmo local. Maracanã tinha convidado o amigo para um churrasco após jogo de futsal na poliesportiva da cidade. O ataque deixou outros três feridos levemente e causou a morte da brasileira Gesica Nunes Arévalos, 25, servidora da Prefeitura de Coronel Sapucaia. Ela também estava no churrasco.
Narcopiloto – Outro aliado de Celso Duarte, o paraguaio Jorge Enrique Fernández, 29, tinha sido executado a tiros de fuzil na noite de 18 de março do ano passado quando chegava a seu apartamento no condomínio Itacolomi, na Avenida Brasil, em Ponta Porã. Policiais da fronteira afirmam que Jorge era piloto do tráfico.
Mesmo ferido no ataque ao patrão, o segurança do piloto, Everson Escobar Mereles, ligou para um amigo pedindo ajuda.
“Está me escutando, Márcio? Levei um monte de tiro com o Enrique na frente do apartamento dele aqui no Brasil. Tem como você avisar o Maraca pra ele vir e trazer minha mãe, por favor? Tô dentro do blindado ainda, tô muito mal, Márcio”, afirmou Mereles, logo após o atentado. Maraca seria Celso Duarte, o “Maracanã”, segundo fontes ouvidas pela reportagem.
Apesar de a polícia paraguaia afirmar que Celso Duarte era considerado “amável e tranquilo” e não tinha antecedentes criminais, moradores da região dizem que ele era ligado ao tráfico de drogas. Era apontado como comerciante e fazendeiro, mas na cidade ninguém sabe se ele tinha loja ou fazenda.