Após calorão, chuva derruba temperatura e traz alívio a produtores
Depois de 12 dias de calorão, com temperatura recorde em 35 anos e baixa umidade do solo e do ar, voltou a chover em Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande. De acordo com a estação agrometeorológica da Embrapa Agropecuária Oeste, a chuva começou por volta de 7h50 e até às 9h a precipitação pluviométrica tinha sido de 28,6 milímetros, o que significa dizer que choveram 28,6 litros de água por metro quadrado.
Conforme o agrometeorologista Ricardo Fietz, as previsões indicam que a chuva deve continuar nesta segunda-feira e apontam também que amanhã chove de novo na região de Dourados. Não chovia em Dourados desde o dia 6 deste mês e durante 12 dias a cidade enfrentou uma grande onda de calor, com a temperatura chegando aos 40 graus. A onda de calor ocorre quando a temperatura se mantém acima de 33 graus por vários dias seguidos. A média histórica do mês de outubro é de 143 milímetros, mas do dia 1º até hoje a chuva foi de apenas 35 mm no município.
“Essa foi a 15ª onda de calor registrada em Dourados desde 1979, quando a estação agrometeorológica da Embrapa começou a funcionar, mas esta foi a que teve a temperatura recorde. Registramos 41 graus aqui na estação, maior temperatura verificada em Dourados nesses 35 anos”, afirmou Fietz ao Campo Grande News.
A chuva desta segunda-feira derrubou em 18 graus a temperatura em Dourados. A média de ontem foi de 37.7 graus e às 9h15 de hoje a Embrapa registrava 19.3 graus. Com a chuva melhora também a umidade relativa do ar, que saiu dos 22% de ontem para 94%. “Estávamos com umidade de deserto”, afirmou Fietz.
Benefícios - Conforme o agrometeorologista, a chuva melhora a umidade do solo, que estava com 25% do ideal. Entretanto, segundo Ricardo Fietz, é necessário que a chuva chegue a pelo menos 60 milímetros para devolver a normalidade ao solo e garantir o plantio da safra. “A chuva de hoje foi importante, mas é fundamental que chova ainda mais”.
Já o presidente da Aeagran (Associação dos Engenheiros Agrônomos da Grande Dourados), Luis Renato Peixoto Cavalheiro, informou que ainda não é possível saber se a chuva foi geral nas áreas de plantio, mas só amanhã poderá informar com mais precisão como ficará a lavoura de soja após a chuva. “A priori essa chuva traz alívio aos produtores, mas teremos de esperar até amanhã para fazer um levantamento mais detalhado”, afirmou.
Na semana passada, o Campo Grande News mostrou que devido à falta de chuvas o plantio foi feito em apenas 20% dos 150 mil hectares destinados à soja no município de Dourados. Nessas áreas onde a semente foi plantada o risco de perda é grande e na maioria dos casos o produtor terá de fazer o replantio.