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Interior

Após uma semana, índios conseguem registrar denúncia de desaparecimento

Helio de Freitas, de Dourados | 01/07/2015 18:08
Paulo Pimenta com índios do acampamento Kurusu Ambá; deputado disse que Estado está ausente da área de conflito (Foto: Arquivo)
Paulo Pimenta com índios do acampamento Kurusu Ambá; deputado disse que Estado está ausente da área de conflito (Foto: Arquivo)

Índios guarani-kaiowá expulsos por fazendeiros da fazenda Madama, em Coronel Sapucaia, a 400 km de Campo Grande, só conseguiram registrar nesta quarta-feira (30) o desaparecimento de dois adolescentes, ocorrido supostamente durante o confronto com um grupo de produtores rurais. O fato aconteceu no dia 25 de junho, três dias depois dos índios invadirem a fazenda.

O boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia de Polícia Civil de Coronel Sapucaia pelos índios Clarisvaldo Baptista Junior, 53, e Sebastião Martins, 57. Outros três índios foram à delegacia como testemunhas.

Conforme a história contada ao delegado Roberto Duarte Faria, os dois adolescentes, de 14 e 13 anos, desapareceram durante o tumulto e não teriam sido encontrados até a manhã de hoje. Buscas teriam sido feitas até pela Força Nacional com apoio de fazendeiros.

Pimenta – Na manhã desta quarta, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, disse que veio a Mato Grosso do Sul na semana passada atendendo ao chamado dos índios e reclamou não ter encontrado nenhum representante do governo do Estado na área de conflito.

Apesar de críticas feitas por políticos sul-mato-grossenses à sua vinda ao Estado, Pimenta reafirmou que a comissão continuará atuando em regiões de violações sempre que for demandada. “É uma obrigação regimental da Comissão investigar denúncias de ataques aos direitos humanos. Espero que, nesse caso do Mato Grosso do Sul, o governo comece a adotar providências, pois o que observei lá foi a ausência daquele Estado”.

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